Na abertura do segundo dia do Family Business Innovation 2020, Patrícia Villela Marino, presidente do Instituto Humanitas360 e co-fundadora da Civi-co, reforçou a importância de transformar o capital financeiro em capital cívico, capaz de fazer uma verdadeira transformação social no Brasil.
“A elite brasileira, que por algum tempo se tornou comprante, precisa voltar a ser uma elite pensante, promotora das verdadeiras transformações sociais, que passam por questões raciais no País”. Esse é o pensamento de Patrícia Villela Marino, presidente do Instituto Humanitas360 e co-fundadora da Civi-co, que participou do segundo dia de apresentações do evento Family Business Innovation 2020, realizado em formato digital.
A empresária e empreendedora social apresentou a história da Civi-co, uma comunidade de empreendedores cívico-sociais com ideias quase embrionárias, difíceis de serem mantidas se não estivessem num ecossistema que assegure um mínimo de segurança física, intelectual e emocional a esses empreendedores, no sentido de mostrar que as ideias valem a pena de ser exercitadas.
No atual cenário de volatilidade, as mudanças afetam a sociedade como um todo e não somente os negócios ou o ambiente em que se opera. O início de uma nova era sempre exige significativa adaptação para manter a relevância e crescer e afeta também o processo de sucessão nas empresas.
Em geral, quando mencionam o processo sucessório, as pessoas remetem à passagem de bastão, mas a estratégia e a preparação prévia são muito mais importantes do que o aspecto tático deste momento. Fundador da Cambridge Family Enterprise Group e professor do Massachusetts Institute of Technology – MIT.
John Davis definiu o atual momento como uma paisagem nebulosa em que é preciso direcionar todo o foco para o horizonte. “O horizonte é a missão da família, mais do que nunca é preciso focar aonde quer chegar e o que deseja conquistar”, disse em sua palestra no primeiro dia do Family Business Innovation 2020.
A crise provocada pela covid-19 é uma dessas situações em que é preciso não apenas superar as dificuldades, mas se fortalecer em decorrência delas. Estamos diante de uma disrupção cujos efeitos atingiram todos os aspectos da sociedade, todos os níveis de governo e todos os setores de atividade econômica.
Segundo o professor do MIT e especialista em empresas familiares, John Davis, a resiliência é ainda mais crucial numa situação de tamanha disrupção, como a provocada pela pandemia da covid-19. Quando há resiliência, a adversidade geralmente aproxima os membros da família, acende o alerta para identificar as mudanças prioritárias e, principalmente, para tirar proveito das oportunidades que surgem em meio às dificuldades, criando valor e mantendo a sustentabilidade dos negócios.
As transformações econômicas, sociais e de saúde continuarão reverberando pelos próximos anos e os custos decorrentes ainda não foram totalmente mensurados. Alguns negócios se beneficiarão dessa situação, mas muitos enfrentarão dificuldades. Nenhuma atividade será poupada.
A filantropia e as doações destinadas a amenizar os impactos de pandemia de covid-19 ultrapassaram R$ 5,5 bilhões no Brasil. Um montante, sem dúvida, bastante elevado para um País que historicamente não tem uma cultura de doação.
O Brasil é o 74º colocado no Ranking Global de Solidariedade da Charities Aid Foundation (CAF), que consolidou os dados de uma década em 126 países, com 28% de doadores como pessoa física. Os 10 primeiros países do ranking de filantropia têm pelo menos 50% doadores em sua população.
O volume de doações e o significativo aumento de doadores com a eclosão da pandemia nos fazem crer que podemos estar avançando na criação de uma cultura até então, praticamente, inexistente no País, que é a doação de recursos para iniciativas que contribuam com melhorias para a sociedade.
Um dos principais focos do Cambridge Institute for Family Enterprise – e em minha nova função de professor no MIT – é acompanhar o modo como certas disrupções estão moldando o futuro das empresas familiares e seus acionistas.
Por: John Davis
Mudanças tecnológicas, globalização, mudanças sociais e demográficas, degradação ambiental e o colapso do discurso governamental e político – para citar apenas alguns problemas – estão impactando as empresas familiares e seus acionistas de maneiras significativas. O impacto dessas forças vai muito além de remodelar setores e de afetar o modo como se faz negócios (o que, onde e como se vende, compra e produz; como se prepara a organização para mudanças; como se recruta, desenvolve e retém bons talentos).
Essas forças também extinguem as formas tradicionais com que as famílias são acionistas de suas empresas, investem sua riqueza, gerenciam suas famílias e pensam no sucesso de longo prazo. Elas afetam o portfólio de investimentos e os horizontes temporais das famílias (em que empresas ou ativos escolhem investir e por quanto tempo), como estruturam a propriedade e a governança de suas empresas, as formas de obter capital para crescimento e como orientar e unir a família em si.
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