A empresa familiar sempre foi considerada um pilar fundamental da economia global, mas atualmente se vê diante de novos dilemas que ameaçam sua perpetuação.
A transferência de patrimônio e o comando dos negócios entre gerações tornam-se cada vez mais desafiadores, influenciados por fatores como as mudanças demográficas que ocorrem em diversos países. Nesse contexto, a nova face da governança familiar emerge como uma solução necessária para garantir a continuidade e o sucesso dessas organizações.
Depois de várias palestras com cases inspiradores, coube à Grant Thornton abordar, durante o Family Business Investment Summit 2024, realizado em 18 de junho pelo Fórum Brasileiro da Família Empresária, um tema espinhoso: os possíveis impactos da reforma tributária nos investimentos dos family offices.
“Realmente, trazemos más notícias, mas, mesmo nesse contexto, sempre há aqueles que choram e aqueles que vendem lenços”, afirmou Sabrina Lawder, International Tax Partner da Grant Thornton.
Sucessão e o modelo tradicional de empresas familiares, base da economia mundial, encontra-se diante de novos dilemas em um ponto crucial para a sua perpetuação: a transferência do patrimônio e do comando do negócio de uma geração para outra. Vários fatores, entre os quais se incluem principalmente as mudanças demográficas em diferentes países, estão tornando os processos sucessórios mais desafiadores.
Essas mudanças ocorrem quando se prevê uma transferência massiva de riquezas entre as gerações. Estimativas indicam que, globalmente, as heranças dos chamados “baby boomers”, nascidos nas duas décadas após a Segunda Guerra Mundial, para os “millennials”, como é conhecida a geração que nasceu entre 1980 e 1996, somarão US$ 150 trilhões. Esses recursos deverão impulsionar profundas mudanças na economia mundial, graças a novas tecnologias e às transformações da indústria energética, que contribuirão para uma transição do planeta para um futuro mais limpo.
O “efeito Buddenbrook”, como foi batizado o novo fenômeno que vem afetando os processos sucessórios das empresas familiares na Alemanha, foi o tema abordado por Nelson Cury Filho, fundador do Fórum Brasileiro da Família Empresária (FBFE), na abertura do Family Business Investment Summit 2024, realizado no dia 18 de junho no Espaço Faena, em São Paulo. Embora ainda seja pouco conhecido, o “efeito Buddenbrook” pode comprometer a transferência de recursos de uma geração para a outra pela falta de herdeiros.
A importância de se preparar e continuar o legado da família e a gestão dos negócios foram os temas centrais da terceira edição do Family Business Investment Summit 2024, destinado a grandes empresas familiares, famílias investidoras e Single Family Offices. Idealizado num formato dinâmico e inovador, de modo a permitir a troca ativa de experiências entre os participantes, o evento reuniu 80 participantes e foi dividido em dez palestras, sete rodadas de perguntas e apresentação de dois cases. Continue lendo
Cury Filho acredita que as sucessivas crises que ocorrem em escala global, quase que na velocidade da luz – o exemplo mais recente é a guerra entre Israel e Palestina -, demandam um novo olhar em relação a governança e a gestão do patrimônio das Famílias Empresárias.
Em um mundo de policrise, há cada vez menos espaço para o antigo modelo de empresa familiar. Aquele modelo de negócio no qual o “dono” é proprietário e gestor, com processos decisórios centralizados e a operação do dia a dia a cargo dos membros da família. Com o fundador focado 100% na gestão diária do negócio, não é de se estranhar que falte tempo para pensar estrategicamente, com visão de futuro e longo prazo.
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