A empresa familiar sempre foi considerada um pilar fundamental da economia global, mas atualmente se vê diante de novos dilemas que ameaçam sua perpetuação.
A transferência de patrimônio e o comando dos negócios entre gerações tornam-se cada vez mais desafiadores, influenciados por fatores como as mudanças demográficas que ocorrem em diversos países. Nesse contexto, a nova face da governança familiar emerge como uma solução necessária para garantir a continuidade e o sucesso dessas organizações.
Sucessão e o modelo tradicional de empresas familiares, base da economia mundial, encontra-se diante de novos dilemas em um ponto crucial para a sua perpetuação: a transferência do patrimônio e do comando do negócio de uma geração para outra. Vários fatores, entre os quais se incluem principalmente as mudanças demográficas em diferentes países, estão tornando os processos sucessórios mais desafiadores.
Essas mudanças ocorrem quando se prevê uma transferência massiva de riquezas entre as gerações. Estimativas indicam que, globalmente, as heranças dos chamados “baby boomers”, nascidos nas duas décadas após a Segunda Guerra Mundial, para os “millennials”, como é conhecida a geração que nasceu entre 1980 e 1996, somarão US$ 150 trilhões. Esses recursos deverão impulsionar profundas mudanças na economia mundial, graças a novas tecnologias e às transformações da indústria energética, que contribuirão para uma transição do planeta para um futuro mais limpo.
Cury Filho acredita que as sucessivas crises que ocorrem em escala global, quase que na velocidade da luz – o exemplo mais recente é a guerra entre Israel e Palestina -, demandam um novo olhar em relação a governança e a gestão do patrimônio das Famílias Empresárias.
Em um mundo de policrise, há cada vez menos espaço para o antigo modelo de empresa familiar. Aquele modelo de negócio no qual o “dono” é proprietário e gestor, com processos decisórios centralizados e a operação do dia a dia a cargo dos membros da família. Com o fundador focado 100% na gestão diária do negócio, não é de se estranhar que falte tempo para pensar estrategicamente, com visão de futuro e longo prazo.
A edição 2023 do Family Office Summit Brazil, promovida no último dia 23 de outubro, em São Paulo, pelo Fórum Brasileiro da Família Empresária (FBFE), reuniu cerca de 60 participantes, como Family Offices, acionistas e membros de grandes Empresas Familiares interessados em debater a importância da transformação da Família Empresária em Família Investidora.
O FBFE é a principal referência em Family Business no Brasil, conectando mais de 5 mil acionistas ultra-high-net-worth-inviduals (UHNWI), com o propósito de capacitar a família empresária e ajudá-la na perpetuidade do seu legado familiar.
No Brasil, 70% das empresas familiares morrem porque não conseguem chegar à geração seguinte; o real problema e sua solução podem não ser muito óbvios.
Narciso era uma criança tão bela que sua mãe, Liríope, preocupada, decidiu consultar um sábio sobre como criá-lo. Tirésias disse que o menino só teria vida longa se jamais visse a própria imagem. Mas, um dia, Narciso dirigiu-se a um lago e, ao ver sua imagem refletida ali, enlouqueceu de amor pelo próprio reflexo, sem olhos para mais nada. Mergulhou n’água e desapareceu em busca do objeto de sua paixão, sem reconhecer que era ele mesmo.
Partindo desse mito, a psicanálise desenvolveu o conceito de narcisismo, que remete à pessoa que nutre paixão por si mesma. Um tanto de amor próprio é necessário para confirmar e sustentar a autoestima, é claro, mas o exagero costuma ser prejudicial, não apenas ao convívio social como ao trabalho e à vida da pessoa.
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