Estrategista de comunicação e CEO da consultoria N Ideias, Nizan Guanaes disse que os empresários não podem “se apaixonar” mais pelo negócio do que pela oportunidade, mas precisam estar preparados para ter vários negócios ou diversas fases do negócio.
Empreendedores precisam se reinventar o tempo inteiro para acompanhar as profundas transformações que caracterizam o chamado mundo VUCA ( Volatility, Uncertainty, Complexity e Ambiguity), segundo o estrategista Nizan Guanaes , CEO da consultoria N Ideias, na palestra de encerramento do Family Business Innovation, realizado pelo Fórum Brasileiro da Família Empresária (FBFE)
Para Guanaes, os empresários têm uma decisão fundamental a ser tomada neste contexto de grande volatilidade, incerteza, complexidade e ambiguidade: se serão “vivedores” ou “morredores”. “O vivedor é aquele que enfrenta o problema com perspectiva e quer viver, enquanto o morredor, na mesma circunstância, já é derrotado porque pensa para baixo”, explicou.
Filipe Callil, co-fundador e CEO do ClapMe, disse que a startup precisou se reinventar mais de uma vez para sobreviver, sendo hoje uma destacada empresa brasileira que atende o mercado publicitário, com produção e distribuição de conteúdo ao vivo.
Ter resiliência é fundamental na hora de empreender, sobretudo, quando o modelo de negócio a ser validado é disruptivo. “Desde o começo foi um desafio intenso”, contou Filipe Callil, co-fundador e CEO do ClapMe, ao apresentar o case de uma das mais inovadoras contechs brasileiras, durante o quarto dia do Family Business Innovation, evento realizado pelo Fórum Brasileiro da Família Empresária (FBFE).
A ClapMe surgiu em 2013, em São Paulo, com a expectativa de ser o “maior palco do mundo”, com transmissão ao vivo de shows, mas após enfrentar dificuldades precisou se reinventar mais de uma vez para sobreviver. Hoje atende o mercado publicitário, com produção e distribuição de conteúdo ao vivo.
Patricia Villela Marino , presidente do Instituto Humanitas360 (H360), entidade que trabalha em diversos países das Américas para diminuir a violência e melhorar a qualidade de vida da população, falou durante o segundo dia do evento Family Business Innovation sobre as ações de reintegração social com presidiários desenvolvidas pela organização filantrópica.
“Nosso sistema penitenciário é a nossa senzala de séculos atrás. Os vários séculos de escravidão e poucos de liberdade ainda não foram suficientes para fazer a transição daqueles que estavam segregados naquele momento para os que estão segregados neste momento.” A afirmação é da empresária e empreendedora Patricia Villela Marino, presidente do Instituto Humanitas360 (H360), entidade com atuação em diversos países e que no Brasil desenvolve um trabalho de reinserção social com presidiários para que não retornem à criminalidade.
Existe no País, disse, uma subclasse, uma sociedade quase de castas, resultado de um enorme problema de segregação racial e da falta de educação e de políticas públicas para oferecer uma rede de proteção para as pessoas que saíram de um sistema de transição e de submissão. É essa subclasse que é encontrada no sistema penitenciário brasileiro.Segundo ela, 60% das quase 800 mil pessoas presas são negras ou pardas.
No atual cenário de volatilidade, as mudanças afetam a sociedade como um todo e não somente os negócios ou o ambiente em que se opera. O início de uma nova era sempre exige significativa adaptação para manter a relevância e crescer e afeta também o processo de sucessão nas empresas.
Em geral, quando mencionam o processo sucessório, as pessoas remetem à passagem de bastão, mas a estratégia e a preparação prévia são muito mais importantes do que o aspecto tático deste momento. Fundador da Cambridge Family Enterprise Group e professor do Massachusetts Institute of Technology – MIT.
John Davis definiu o atual momento como uma paisagem nebulosa em que é preciso direcionar todo o foco para o horizonte. “O horizonte é a missão da família, mais do que nunca é preciso focar aonde quer chegar e o que deseja conquistar”, disse em sua palestra no primeiro dia do Family Business Innovation 2020.
A crise provocada pela covid-19 é uma dessas situações em que é preciso não apenas superar as dificuldades, mas se fortalecer em decorrência delas. Estamos diante de uma disrupção cujos efeitos atingiram todos os aspectos da sociedade, todos os níveis de governo e todos os setores de atividade econômica.
Segundo o professor do MIT e especialista em empresas familiares, John Davis, a resiliência é ainda mais crucial numa situação de tamanha disrupção, como a provocada pela pandemia da covid-19. Quando há resiliência, a adversidade geralmente aproxima os membros da família, acende o alerta para identificar as mudanças prioritárias e, principalmente, para tirar proveito das oportunidades que surgem em meio às dificuldades, criando valor e mantendo a sustentabilidade dos negócios.
As transformações econômicas, sociais e de saúde continuarão reverberando pelos próximos anos e os custos decorrentes ainda não foram totalmente mensurados. Alguns negócios se beneficiarão dessa situação, mas muitos enfrentarão dificuldades. Nenhuma atividade será poupada.
Se você é membro, acionista, herdeiro ou executivo de uma empresa familiar, acesse conteúdos excluivos sobre governança, profissionalização da empresa, Family Offices e gestão de patrimônio.
Fique por dentro de tudo que acontece no universo do Family Business.