Paulo Rogerio Nunes, publicitário e co-fundador da aceleradora de impacto social Vale do Dendê, destacou que o Brasil pode ser diferente se incluir a diversidade na economia.
Em operação desde o final de 2016, a Vale do Dendê de Paulo Rogerio, estimula a formação de polo de inovação e criatividade em Salvador, por meio de aceleração de startups, que são selecionadas levando em conta critérios de inovação, impacto social e diversidade, como o Traz Favela – Delivery sem Preconceito, que apoia empreendedores em bairros periféricos, situados em áreas consideradas de risco.
Paulo Rogerio ressaltou a necessidade de se criar uma força-tarefa com um olhar diferente para a comunidade afro-brasileira, que quer deixar de ser apenas consumidora para se tornar também produtora de riquezas. “O mercado afro-brasileiro foi por muito tempo ignorado por marcas e empresas, mas hoje se configura como opção viável de investimentos, com o diferencial de ter o impacto social no DNA, com alto grau de compartilhamento de recursos”.
Na abertura do segundo dia do Family Business Innovation 2020, Patrícia Villela Marino, presidente do Instituto Humanitas360 e co-fundadora da Civi-co, reforçou a importância de transformar o capital financeiro em capital cívico, capaz de fazer uma verdadeira transformação social no Brasil.
“A elite brasileira, que por algum tempo se tornou comprante, precisa voltar a ser uma elite pensante, promotora das verdadeiras transformações sociais, que passam por questões raciais no País”. Esse é o pensamento de Patrícia Villela Marino, presidente do Instituto Humanitas360 e co-fundadora da Civi-co, que participou do segundo dia de apresentações do evento Family Business Innovation 2020, realizado em formato digital.
A empresária e empreendedora social apresentou a história da Civi-co, uma comunidade de empreendedores cívico-sociais com ideias quase embrionárias, difíceis de serem mantidas se não estivessem num ecossistema que assegure um mínimo de segurança física, intelectual e emocional a esses empreendedores, no sentido de mostrar que as ideias valem a pena de ser exercitadas.
No atual cenário de volatilidade, as mudanças afetam a sociedade como um todo e não somente os negócios ou o ambiente em que se opera. O início de uma nova era sempre exige significativa adaptação para manter a relevância e crescer e afeta também o processo de sucessão nas empresas.
Em geral, quando mencionam o processo sucessório, as pessoas remetem à passagem de bastão, mas a estratégia e a preparação prévia são muito mais importantes do que o aspecto tático deste momento. Fundador da Cambridge Family Enterprise Group e professor do Massachusetts Institute of Technology – MIT.
John Davis definiu o atual momento como uma paisagem nebulosa em que é preciso direcionar todo o foco para o horizonte. “O horizonte é a missão da família, mais do que nunca é preciso focar aonde quer chegar e o que deseja conquistar”, disse em sua palestra no primeiro dia do Family Business Innovation 2020.
A crise provocada pela covid-19 é uma dessas situações em que é preciso não apenas superar as dificuldades, mas se fortalecer em decorrência delas. Estamos diante de uma disrupção cujos efeitos atingiram todos os aspectos da sociedade, todos os níveis de governo e todos os setores de atividade econômica.
Segundo o professor do MIT e especialista em empresas familiares, John Davis, a resiliência é ainda mais crucial numa situação de tamanha disrupção, como a provocada pela pandemia da covid-19. Quando há resiliência, a adversidade geralmente aproxima os membros da família, acende o alerta para identificar as mudanças prioritárias e, principalmente, para tirar proveito das oportunidades que surgem em meio às dificuldades, criando valor e mantendo a sustentabilidade dos negócios.
As transformações econômicas, sociais e de saúde continuarão reverberando pelos próximos anos e os custos decorrentes ainda não foram totalmente mensurados. Alguns negócios se beneficiarão dessa situação, mas muitos enfrentarão dificuldades. Nenhuma atividade será poupada.
Um dos principais focos do Cambridge Institute for Family Enterprise – e em minha nova função de professor no MIT – é acompanhar o modo como certas disrupções estão moldando o futuro das empresas familiares e seus acionistas.
Por: John Davis
Mudanças tecnológicas, globalização, mudanças sociais e demográficas, degradação ambiental e o colapso do discurso governamental e político – para citar apenas alguns problemas – estão impactando as empresas familiares e seus acionistas de maneiras significativas. O impacto dessas forças vai muito além de remodelar setores e de afetar o modo como se faz negócios (o que, onde e como se vende, compra e produz; como se prepara a organização para mudanças; como se recruta, desenvolve e retém bons talentos).
Essas forças também extinguem as formas tradicionais com que as famílias são acionistas de suas empresas, investem sua riqueza, gerenciam suas famílias e pensam no sucesso de longo prazo. Elas afetam o portfólio de investimentos e os horizontes temporais das famílias (em que empresas ou ativos escolhem investir e por quanto tempo), como estruturam a propriedade e a governança de suas empresas, as formas de obter capital para crescimento e como orientar e unir a família em si.
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