Francine Mendes, economista e mestre em psicanálise, falou no FBFE Mulher 2021. Para ela, muitas mulheres acham que independência financeira é poder comprar ações ou investir em fundos de investimentos no mercado financeiro. Mas, ao contrário, ela compartilha uma regra simples: para começar basta ter disciplina, consciência e paciência.
Francine Mendes diz acreditar que “o primeiro passo é calcular o seu custo mensal de vida e quanto você almeja ganhar. Essa informação é primordial para a definição de objetivos, metas e prazos bem estabelecidos para se chegar à independência financeira”. O segundo passo é ter uma reserva de emergência, que deve ser equivalente a seis meses do seu custo de vida.
“Vamos imaginar um valor hipotético: se você planeja ganhar R$10 mil reais, a reserva de emergência deve ser de no mínimo, R$ 60 mil. Não é aconselhável aplicar esse valor na poupança, em título de capitalização, ou consórcio (que só existe no Brasil). Esses são os piores investimentos”, alerta Francine Mendes.
Equidade, Inclusão e Psicologia Positiva foram assuntos apresentados por Hugo Nisembaum, mestre em ciências do Comportamento e Desenvolvimento Organizacional, no FBFE Mulher 2021. Os temas são importantes não só para o desenvolvimento dos líderes, mas também dos colaboradores.
Hugo Nisembaum começou sua palestra citando um artigo do especialista em Liderança americano, Jack Zenger. Ele escreve para a Forbes e para a Harvard Business Review. Na publicação, de 2019, Jack descrevia a capacidade das mulheres e a falta de reconhecimento do potencial delas.
Ele fez pesquisas a partir de 2012 em que se perguntava se algum dia as mulheres conseguiriam assumir cargos de responsabilidade no governo dos Estados Unidos. Para a surpresa dele, kamala Harris assumiu a vice-presidência do seu país.
Daniela De Rogatis é especialista em formação e educação de herdeiros e trouxe uma rica contribuição para o FBFE Mulher 2021. Ela falou sobre os desafios que as famílias empresárias enfrentam no encaminhamento positivo e propositivo dos jovens herdeiros de suas famílias.
Daniela De Rogatis acredita que herdeiros de grandes empresas familiares vivem dentro de um contexto diferenciado, mas, é fundamental o cuidado na formação de futuros acionistas para manter as perspectivas a um conjunto de oportunidades e realizações para o futuro deles, e dos negócios da família.
A especialista destaca a importância da juventude da elite econômica, por seu papel relevante na construção daquilo que será importante para o país, e na criação de uma nova fronteira para a sociedade do futuro, como paradigma do novo século XXI.
Ecofeminismo e Sustentabilidade Humana, foram os temas abordados por Flávia Lippi no FBFE Mulher 2021. A especialista em neurociência, e comportamento humano, trouxe um tema pouco falado no Brasil, mas muito importante. Flávia discorreu sobre ciência, comportamento e suas interferências na vida das pessoas.
Ecofeminismo é uma vertente do feminismo que conecta a luta pela igualdade de direitos e de oportunidades entre homens e mulheres, juntamente com a defesa e a preservação do meio ambiente. A justificativa para unir essas duas vertentes leva em consideração o fato de que as mulheres são desproporcionalmente mais afetadas por desequilíbrios ambientais. Grande parte do trabalho atribuído às mulheres é ligada ao cultivo da terra, à produção de alimentos e cuidados com a comunidade.
Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), as mulheres representam 80% das pessoas que são obrigadas a deixarem seus lares e buscarem refúgio em outros lugares por conseqüência das mudanças climáticas. Isso acontece porque elas têm maior probabilidade de viver em condição de pobreza e com menor poder socioeconômico. Esta realidade faz com que as mulheres tenham mais dificuldades para se recuperarem de situações extremas, como desastres naturais.
Traudi Guida, fundadora da Le Lis Blanc, depois de quase 30 anos à frente da marca, vendeu a sua empresa e voltou a empreender junto com o filho em um novo negócio, a rede de lojas SouQ. Os produtos da loja, que é inspirada nos mercados árabes, são garimpados pelo mundo à fora.
Traudi Guida, há 54 anos, ingressou no mundo do varejo. Neta de imigrantes alemães, ela contou que os avós, que tinham oito filhos, passaram por dificuldade financeira e só fizeram o primário. A mãe dela, como era caçula, chegou numa hora economicamente mais favorável para a família e pôde estudar.
Aos 20 anos, a mãe de Traudi foi para a Alemanha atrás do namorado. A segunda guerra estourou, e sua mãe teve de ficar por lá por quase sete anos. O namoro não foi para frente, mas lá, a mãe de Traudi conheceu seu grande amor. E como tudo estava bloqueado, sem notícias, a família no Brasil, achou que ela havia morrido.