“A nossa tese de negócio é: não errar muito e atuar direcionado para nossas grandes competências.” A frase de Leandro Melnick, CEO da Even Incorporadora, sintetiza bem a história de sucesso que levou o case da companhia para o Family Office Summit Brazil 2022, realizado no dia 21 de novembro, no Hotel Emiliano, em São Paulo.
Apesar de dedicar boa parte da exposição aos aspectos de governança, o executivo deixou claro que o direcionamento criterioso para fazer negócios também está presente nos projetos de sustentabilidade ambiental e de responsabilidade social.
“Toda pessoa será profissionalmente melhor se souber o suficiente sobre sustentabilidade. Não é necessário ser expert, mas você não pode ser iletrado ou ignorante nessa área.” A afirmação forte, logo na abertura, deu o tom da palestra de Concepción Galdón, diretora do Centro de Inovação Social da IE University (Madri), durante a 4ª edição do Family Office Summit Brazil 2022, realizado dia 21 de novembro, no Hotel Emiliano, em São Paulo, e que reuniu 30 single family offices.
Para a afirmativa inicial deve ser aplicada aos family offices, diante da agenda ESG (Environment, Social and Governance – Meio Ambiente, Sociedade e Governança), um modelo de negócio sustentável que transcende métricas de crescimento e lucratividade, bem como propósitos internamente definidos ou a realização de ações de filantropia. No recorte de gestão empreendedora de negócios, a IE University da Espanha ocupa a 4ª posição mundial no tradicional ranking de escolas de negócios do jornal Financial Times (2022).
Terceira palestrante no Family Office Summit Brazil 2022, a advogada Lavinia Junqueira ressaltou a importância da governança em escritórios familiares para definir a visão, missão e valores que se pretende cultivar e expandir nos negócios e na forma como os familiares se relacionam com a respectiva atividade econômica.
“É importante ter um protocolo familiar, uma definição clara de obrigações de fazer e não fazer que vai direcionar a gestão do negócio. Trata-se de uma base comum para decisões de investimentos e preparação de planos de negócios”, explicou Junqueira.
As gerações mais jovens devem herdar nas próximas duas décadas a gigantesca cifra de US$ 84 trilhões, a maior transferência de riqueza da história. Essa fortuna refere-se às sucessões familiares que devem ocorrer nos Estados Unidos. A esperada migração gigantesca de recursos para os millenials (nascidos entre 1981 e 1996) e geração Z (1995 a 2010) deve acelerar a transição para um modelo de negócios mais sustentável.
A nova geração de herdeiros que assumirá o comando dos family offices e empresas familiares valoriza as práticas sustentáveis e, nesse sentido, acredita que as empresas precisam ter propósito e estar comprometidas e conectadas às questões sociais.
A incorporação dos aspectos ambientais, sociais e de governança (environment, social andgovernance, ESG na sigla em inglês) na alocação de recursos e o investimento de impacto foram o tema da palestra de Vitor Ohtsuki, head da área de Private Banking do Banco Santander, no terceiro dia do Family Business Innovation, evento promovido pelo Fórum Brasileiro da Família Empresária (FBFE) que este ano foi digital.
Nos últimos anos, cada vez mais empresas e investidores vêm considerando aspectos ambientais, sociais e de governança em suas decisões de alocação de recursos. De acordo com Vitor Ohtsuki, head do Santander Private Banking, no mundo já há US$ 30 trilhões cuja alocação foi baseada em critérios ESG .
Esses aspectos de sustentabilidade são especialmente valorizados pelas novas gerações, que vêem na agenda ESG um propósito para os negócios.Ohtsuki destacou que além da atração de investimentos, a melhora nesses indicadores de sustentabilidade traz benefícios financeiros às organizações, como a redução de juros em financiamentos.Continue lendo