Oportunidade e Inovação em ESG por Concepción Galdón

“Toda pessoa será profissionalmente melhor se souber o suficiente sobre sustentabilidade. Não é necessário ser expert, mas você não pode ser iletrado ou ignorante nessa área.” A afirmação forte, logo na abertura, deu o tom da palestra de Concepción Galdón, diretora do Centro de Inovação Social da IE University (Madri), durante a 4ª edição do Family Office Summit Brazil 2022, realizado dia 21 de novembro, no Hotel Emiliano, em São Paulo, e que reuniu 30 single family offices.
Para a afirmativa inicial deve ser aplicada aos family offices, diante da agenda ESG (Environment, Social and Governance – Meio Ambiente, Sociedade e Governança), um modelo de negócio sustentável que transcende métricas de crescimento e lucratividade, bem como propósitos internamente definidos ou a realização de ações de filantropia. No recorte de gestão empreendedora de negócios, a IE University da Espanha ocupa a 4ª posição mundial no tradicional ranking de escolas de negócios do jornal Financial Times (2022).
“Estamos falando da gestão apropriada dos lucros e de um propósito, atuando de modo responsável pelo futuro dos próximos cem anos e das futuras gerações”, pontuou Concepción Galdón.
Ela relacionou inovação e tecnologia como elementos imprescindíveis para o ESG e, para justificar a afirmação, destacou o desafio de prover para todas as 8 bilhões de pessoas do planeta, o que necessitam para viver em condições mínimas de dignidade humana.
“O desafio não está limitado a conseguir oferecer para todas as pessoas produtos e serviços que necessitam e almejam. O ideal é conseguir atender cada vez mais pessoas sem causar danos ao meio ambiente, o que somente será possível com inovação e tecnologia”, esclareceu Concepción Galdón.
E, para atingir esse objetivo, oportunidades de bons negócios estão surgindo em macro áreas bem definidas: redução ou eliminação de emissões de gases do efeito estufa e novas tecnologias de processos e materiais para economia circular (reúso, recuperação e reciclagem).
O poderoso conceito da regeneração, que forma a terceira grande área de negócios ESG, é a capacidade do produto ou serviço de contribuir para a recuperação do meio ambiente; o que, para ela, significa “jogar a Champions League ou a final da Copa do Mundo”.
Durante a exposição, Concepción Galdón, diretora do Centro de Inovação Social da IE University deu um conselho valioso para a imagem dos family offices: “Cada vez mais, há rejeição às companhias que não implementam a agenda ESG. Além das ações nesse sentido, ao dialogar sobre os seus negócios as famílias empresárias devem ter respostas inteligentes para questionamentos pertinentes ao tema”.
O vértice da preocupação com o social foi evidenciado nos benefícios da inclusão digital e bom trabalho com user experience (UX), tanto para a sociedade quanto para os negócios.
“Por que desenhar aplicativos complexos, sem facilidade de leitura para pessoas com deficiência visual ou idade avançada, ou ainda que só funcionam bem em internet 5G? Por que vocês querem deixar de vender para uma parcela da população atingida por essas questões?”, questionou. Por fim, ela destacou a possibilidade de o Brasil se tornar uma potência mundial em geração de energia por meio de fontes limpas e renováveis, comparando-nos com grandes economias mundiais como China e Índia.
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