O que fica para a próxima geração? por Alex Seibel
Sem abrir mão da própria personalidade, Seibel conta qual a herança mais valiosa que leva de seus antecessores.
FBFE BH 2019: A abertura ficou por conta do fundador do Fórum Brasileiro da Família Empresária-FBFE e especialista no desenvolvimento da família empresária, Nelson Cury Filho. Para ele os Family Offices estão se tornando cada vez mais sofisticados e engajados. Com a chegada das novas gerações aos negócios, os investimentos com visão de longo prazo são uma tendência de mercado. Assim como financiamentos de startups, compra de ativos estressados e co-investimentos com outras famílias. “As empresas familiares são o motor do Brasil”, enfatiza.
“Essa nova geração está atenta ao crescimento das desigualdades socioeconômicas, as mudanças climáticas e ao impacto que seus negócios geram na sociedade. Herdará nas próximas décadas cerca de US$ 30 trilhões de dólares e como consequência, terá uma grande responsabilidade social e poder de mudança.” (Nelson Cury Filho)
Pollak: Guillermo e Catalina, fundadores do Hotel Antumalal, se conheceram muito jovens. Eram aventureiros e gostavam de escalar montanhas nevadas. Final da década de 1930 na Tchecoslováquia, precisamente 1938. “Todos sabiam que a Segunda Guerra era iminente”, conta Rony. Nenhum dos dois queria encarar tudo aquilo. Eles decidiram casar-se e partir para América do Sul, porque uma prima já morava no Paraguai. Se casaram em Praga e tinham apenas 20 anos quando vieram. Antes de conhecer Catalina (a esposa), Guillermo Pollak dedicava-se ao serviço militar. As andanças pela Europa a trabalho lhe possibilitaram exercer um de seus hobbies, que era fotografar com sua câmera Laika. As fotos, preservadas pela herdeira até hoje, são verdadeiras obras de arte. Nessa rota da fotografia, apaixonou-se pela natureza e por sua mulher também.
O casal chegou a Buenos Aires e se deslocou para Assunção (Paraguai). Depois de um tempo, não adaptados ao país, voltaram para a capital argentina, onde tinham trabalho e outros parentes. Lá, descobriram que no Chile havia muitos lagos, outra paixão do casal. Chegaram a Portillo e, como amavam esqui, decidiram ficar por lá. Em Santiago, Guillermo soube das lindas paisagens do sul do país com muitos lagos e vulcões, e viu um anúncio da venda de uma propriedade em Pucón. Era no centro da cidade, a uma quadra da praia, e se chamava Hotel de la Playa.
“Quando eles chegaram ao local, minha mãe quase morreu diante da nova realidade. Ela era uma aristocrata em Praga. Eles chegaram ao lugar numa época de muita chuva, e tinha uma casa velha que estava caindo. Tempos depois, quando saiu o sol, eles arregaçaram as mangas e começaram a construir”, conta, emocionada, Rony.