Sem abrir mão da própria personalidade, Seibel conta qual a herança mais valiosa que leva de seus antecessores.
Dedicação e trabalho duro são algumas das lições que Bernard Seibel deixou para seus descendentes. O imigrante polonês chegou ao Brasil em 1925, trabalhou em diferentes empresas até que, em 1961, adquiriu um pequeno negócio, no bairro do Brás. Os filhos Salo, Hélio e Samuel expandiram as empresas, abraçando setores como indústria, energia e varejo.
Integrante da terceira geração da família, o empreendedor socioambiental Alex Seibel, filho de Hélio, acionista da Leo Madeiras e do Grupo Duratex, resolveu aliar os saberes adquiridos em casa e seu espírito empreendedor a uma causa nobre: impulsionar a economia de baixo carbono, com modelo de produção circular e reaproveitamento de recursos.
“Quando penso em minha família, eu me sinto assumindo um legado que é, ao mesmo tempo, um patrimônio e uma responsabilidade”, conta o jovem. Foi em 2013, quando fazia parte da equipe de comando da rede de cosméticos The Body Shop Brasil, que Alex percebeu a importância de unir capital e impacto social.
O conceito da permacultura, ou ecologia regenerativa, também inspirou outro projeto: uma indústria química ecologicamente consciente. A Positiv.A, que tem como sócia a Impulsum, foi criada em parceria com o primo Rafael Seibel, filho de Samuel, e a designer Marcella Zambardino. A empresa atua em duas frentes: uma consultoria e uma linha de produtos de limpeza biodegradáveis e sustentáveis.
O empreendedor não parou por aí. Entrou na Apolo Energia Renovável em 2017, unindo-se ao sócio-fundador Pedro Camanho. No mesmo ano, entrou como sócio na Positive Ventures, a convite de seus fundadores. A gestora de venture capital direciona aportes a startups que unem tecnologia e impacto socioambiental e que estejam alinhadas a um dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU). O fundo está captando R$ 50 milhões, já realizou dois investimentos e planeja outros oito.
Alex também fez parte do Comitê de Sustentabilidade da Duratex. Ele explica que há outro nível de complexidade quando se discute a mitigação de impactos ambientais em negócios tradicionais. “Por um lado há condições e recursos para implantar conceitos ecológicos, por outro, a necessidade de um alinhamento estratégico. Esse é o maior desafio, porque o negócio geralmente está consolidado em estratégias de sucesso, construídas ao longo do tempo”.
Mas o trabalho vem dando resultado. O Grupo Duratex conta com diversas iniciativas ligadas à sustentabilidade na cadeia de produção de suas empresas.
“O negócio precisa ser rentável para que tenha viabilidade em longo prazo”, destaca. O lucro pode até ser revertido em pesquisa e inovação, mas não pode ser deixado de lado. Somente assim, os projetos de hoje poderão ganhar escala no futuro.
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