Como atingir rentabilidade extra nas carteiras
A taxa de juros caiu para a mínima histórica e os investidores, de forma geral, precisam buscar aplicações mais estruturadas e alternativas para aumentar a rentabilidade de seus portfólios.
Samuel Pessôa abriu a discussão apresentando sua visão do sistema político brasileiro, chamado de presidencialismo de coalizão, e externando sua preocupação sobre como a discussão da Reforma da Previdência está sendo conduzida. Segundo ele, apesar disso, os parlamentares já se deram conta de que precisam tomar alguma medida para conter uma possível recessão e alavancar a economia. “Não acredito que seja factível aprovar a reforma como foi proposta, mas alguma coisa deve sair”, afirmou. Apesar de não se mostrar animado com resultados de curto prazo, ele não acredita que possa haver uma ruptura econômica.
“Temos alguns estabilizadores que podem ajudar a economia a se manter nos níveis atuais: nossas reservas em dólar, a inflação baixa em áreas críticas, como combustíveis e alimentos, e a Emenda 95, que estabeleceu o teto dos gastos públicos. Não é um cenário bom, de qualquer forma, porque vai faltar dinheiro para investimentos em infraestrutura”, explicou, “mas pelo menos deve manter a situação como está.”
Por: Samuel Pessôa
Na coluna da semana passada, afirmei que o Regime Geral de Previdência Social (RGPS) urbano foi deficitário de 2002 até hoje. Não é verdade. Entre 2009 e 2015, foi superavitário. Agradeço ao leitor Ricardo Knudsen por apontar-me a incorreção.Entre 2016 e 2018 esse déficit, mesmo incluindo na receita as renúncias fiscais, foi de, respectivamente, R$ 107 bilhões, R$ 139 bilhões e R$ 149 bilhões.
Em 2017, o RGPS pagou 30,3 milhões de benefícios, sendo 20,7 milhões para trabalhadores urbanos e 9,5 milhões para trabalhadores rurais. O gasto no ano foi de R$ 435 bilhões para os benefícios do sistema urbano, e 120 bilhões do sistema rural, totalizando R$ 555 bilhões. Este gasto corresponde a 8,5% do PIB.
Os Regimes Próprios de Previdência Social (RPPS) dos servidores civis e militares da União, Estados e municípios custaram R$ 333 bilhões ou 5,1% do PIB. Assim, chega-se a 13,6% do PIB quando somamos os dois sistemas previdenciários. Se adicionarmos os R$ 56 bilhões do Benefício de Prestação Continuada, de caráter assistencial, resulta despesa total de 14,4% do PIB.
1.A proposta da Previdência é adequada?
Pedro Fernando Nery – É adequada. O que me chama a atenção foi o governo anunciar a proposta de aposentadoria junto com a reestruturação de carreira. Ela pode até ser justa, mas o timing é estratégico. Apresentar tudo ao mesmo tempo enfraquece o discurso da reforma e pode abrir a porteira para que outras carreiras peçam o mesmo.
VANTAGEM: Integralidade poderia ser revista, diz Nery.
2. O que há de positivo no texto?
Pedro Fernando Nery – Principalmente o impacto nos Estados, onde boa parte do problema vem dos militares. Elevar o tempo de serviço a 35 anos também foi um avanço.
3. E de negativo?
Pedro Fernando Nery – Manter a integralidade, a possibilidade de o militar sair da ativa ganhando o mesmo de antes. Poderia ter sido revisto.
*Pedro Fernando Nery é palestrante do FBFE São Paulo 2019 e abordará o tema “Reforma da Previdência por que o Brasil não pode esperar”. Autor do livro homônimo, o especialista em previdência contribuirá com questões nevrálgicas para essas mudanças. Siga Pedro Nery no twitter.
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