Especialistas discutem a Reforma da Previdência no FBFE São Paulo 2019
O FBFE Roadshow Brasil 2019 começou no dia 10 de abril com um tema dos mais urgentes na atualidade: a reforma do sistema previdenciário brasileiro. Mais de 50 pessoas integrantes da rede de empresários do FBFE participaram do debate realizado a partir da apresentação de Pedro Fernando Nery, “embaixador” da Reforma da Previdência e autor do livro “Reforma da Previdência: Por que o Brasil não pode esperar?” e Samuel Pessôa, economista, professor da pós-graduação na FGV-RJ, chefe do Centro de Crescimento Econômico do Instituto Brasileiro de Economia e colunista do jornal Folha de S.Paulo.

O FBFE São Paulo 2019 reuniu cerca de 50 membros de empresas familiares
Samuel Pessôa abriu a discussão apresentando sua visão do sistema político brasileiro, chamado de presidencialismo de coalizão, e externando sua preocupação sobre como a discussão da Reforma da Previdência está sendo conduzida. Segundo ele, apesar disso, os parlamentares já se deram conta de que precisam tomar alguma medida para conter uma possível recessão e alavancar a economia. “Não acredito que seja factível aprovar a reforma como foi proposta, mas alguma coisa deve sair”, afirmou. Apesar de não se mostrar animado com resultados de curto prazo, ele não acredita que possa haver uma ruptura econômica.
“Temos alguns estabilizadores que podem ajudar a economia a se manter nos níveis atuais: nossas reservas em dólar, a inflação baixa em áreas críticas, como combustíveis e alimentos, e a Emenda 95, que estabeleceu o teto dos gastos públicos. Não é um cenário bom, de qualquer forma, porque vai faltar dinheiro para investimentos em infraestrutura”, explicou, “mas pelo menos deve manter a situação como está.”

Samuel Pessôa fala sobre a Reforma da Previdência Social no FBFE São Paulo 2019
Pedro Fernando Nery, que atua no Senado Federal como consultor para questões de trabalho e Previdência, ressaltou o envelhecimento populacional como fator primordial a exigir uma reforma no sistema previdenciário atual. Entre os pontos cruciais apontados por ele para a reforma, estariam a idade mínima para aposentadoria por tempo de contribuição, sistema voltado para os trabalhadores que vivem nas regiões mais ricas, com profissões mais bem remuneradas. “Esse benefício não afeta os mais pobres e tem um impacto fiscal muito grande”, afirmou. Além disso, é muito importante uma revisão abrangente da previdência do servidor público, porque ela não afeta só o governo federal. “A gente costuma falar muito da União, mas a Previdência também pesa sobre estados e municípios. Isso poderia estar até em propostas de outros partidos e para mim é o que precisa prevalecer nessa discussão.”

Pedro Fernando Nery, palestrante do FBFE São Paulo 2019
“Neste momento chegamos a uma encruzilhada: fazer uma reforma vai ser muito bom para a recuperação da confiança e do investimento privado, e portanto do PIB e do emprego, ao passo que não fazê-la seria muito ruim, pois observaríamos em médio prazo uma alta de juros, da inflação, talvez uma nova recessão. É isso que se coloca: a necessidade urgente de uma reforma, não necessariamente a que foi proposta pelo governo Bolsonaro, mas de endereçar essa questão, porque traz um gasto vultuoso, que cresce de maneira muito acelerada. A gente esquece, quando fala do problema da Previdência, de que isso é resultado de uma melhoria na qualidade de vida da população, é consequência de uma boa notícia. Mas isso dá ensejo a problemas, porque foi um sistema concebido em um outro contexto, quando havia mais trabalhadores contribuindo do que recebendo benefícios”, explicou.
Nery também apontou as dificuldades que a falta de negociação do governo federal com o Congresso vem trazendo, mas acredita que a equipe econômica tem condições de mediar esse processo.
Ainda não é possível dormir em paz, afirmou Nelson Cury Filho fundador do FBFE, já que ainda não se sabe em que moldes ocorrerá a reforma, algo que vem tirando o sono dos empresários. Segundo a previsão dos palestrantes, é bem provável que ocorra mais para o fim deste ano, eventualmente no início do próximo. Cury ressaltou, porém, a importância de encontros como esse, em que temas tão importantes e complexos podem ser discutidos com profundidade.
Apoiadora do FBFE São Paulo, a Flex Funds, empresa norte-americana com presença global em sete países, apresentou seu modelo inovador de estruturação personalizada de veículos de investimentos, com um produto financeiro que funciona como ação comercializável globalmente, voltado principalmente a asset managers, family offices e empresas familiares.
A empresa de softwares voltados à gestão patrimonial e ao controle de carteiras de investimentos Smart Brain também apoiou o evento, assim como o Institut Rosenberg, colégio interno existente há 30 anos na Suíça e administrado atualmente pela quinta geração da família Gademann. O objetivo do colégio é prepara líderes para o futuro, desenvolvendo as habilidades e aptidões de seus alunos.
Fruto da união de profissionais especializados e com histórico de sucesso nos mercados financeiros e de capitais, a Carpa Patrimonial é um multi-family office voltado para indivíduos e famílias de alta renda, que oferece assessoria à gestão de investimentos e patrimônios não financeiros, locais e internacionais.
O evento foi realizado graças ao patrocínio de instituições e empresas que apoiam a família empresária. É o caso da BMW, que apresentou aos participantes seus modelos 330M Sport e X5, versões atualizas dos veículos esportivo e utilitário da marca que acabam de chegar ao Brasil. Também apoia o evento o champanhe Taittinger, importado e distribuído no Brasil pela Interfood Importação.

Francisco Molnar da Flex Funds

Celso Colombo da Carpa Patrimonial

A BMW apresentou aos participantes seus modelos 330M Sport e X5

O Institut Rosemberg, escola suíça de formação de herdeiros, presenteou os convidados
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