Case: Cubo Itaú por Ricardo Villela Marino
As pessoas precisam estar abertas à mudança: reinventar-se, aprender com outras culturas e viver novas experiências é um bom caminho.
“O que difere as empresas familiares das demais corporações é a visão de longo prazo”, comentou Ricardo Villela Marino, sócio do Itaú Unibanco e presidente do Conselho Estratégico da América Latina, durante palestra no Family Business Innovation 2019. “Não pensamos em um trimestre, mas em uma geração, em 25 anos; não basta criar valor para o acionista, o sucesso precisa estar alinhado aos valores da família, sua história, sua tradição.”

Ricardo Villela Marino, sócio do Itaú Unibanco e presidente do Conselho Estratégico da América Latina, durante palestra no Family Business Innovation 2019, falou sobre o case do CUBO Itaú
O evento aconteceu no CUBO Itaú, um espaço criado em 2015 para estimular a inovação e promover a sinergia entre startups, aproximando-as de empresas já estabelecidas e de investidores. Hoje, o CUBO conta com 1250 residentes e mais de 70 projetos.
“As gerações anteriores nos deram a bússola, a direção para seguirmos com segurança, respeitando valores e buscando sempre uma vantagem competitiva”, descreve Marino. “Mas hoje temos de estar atentos não apenas aos concorrentes do segmento bancário; empresas como Google, Amazon, Spotify e muitas outras que utilizam dados sobre a experiência do usuário para criar serviços disruptivos são nossos concorrentes em potencial”, disse.
O Itaú decidiu, então, trazer o potencial de inovação para “dentro de casa”. Além disso, a iniciativa trouxe desafios à cultura da empresa que permitiram uma revisão de processos e modelos. “O CUBO nos ensina a ter startups como clientes”, conta Ricardo Villela Marino. “O banco conta agora com um ecossistema favorável para a descoberta de talentos e para a emergência de soluções com impacto social.”
Acompanhar a transformação tecnológica tornou-se fundamental, mas ela deve estar alinhada tanto aos valores da empresa quanto aos da família. “O propósito do banco é transformar a vida das pessoas, ajudar as pessoas a crescerem, as empresas a prosperarem; um banco ajuda a conectar” diz Marino. A tarefa é desafiadora: para promover a inovação, disse ele, os diretores da empresa também devem se renovar e investir na aprendizagem contínua.
“Não podemos cair na zona de conforto, nada é garantido para aqueles que não estão se renovando”, afirmou. O setor financeiro é um dos mais impactados pela revolução digital. O atendimento na agência não deve deixar de existir, mas, no futuro, os clientes farão várias transações bancárias digitalmente, guiadas por inteligência artificial, sem a necessidade de ir até um endereço físico. “Precisamos pensar, aprender, adaptar e inovar, só assim vamos criar valor e manter a alma de uma empresa, transcendendo gerações.”
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