Inovação que favorece a sucessão de empresas familiares
A cada instante, surge uma novidade no ecossistema da inovação. Como fazer parte dessa dinâmica de forma orgânica? E como pensar em sucessão em empresas familiares diante dessa realidade?
“Capital inovador como ponte para a sucessão” foi o tema da apresentação de Newton M. Campos, do Centro de estudos do capital empreendedor da Fundação Getulio Vargas, no Family Office Summit Brazil 2018, promovido pelo Fórum Brasileiro da Família Empresária-FBFE. Filho do fundador de uma das primeiras empresas de informática do Brasil, Campos estuda o paradoxo entre a quantidade de recursos disponíveis e a inovação. “Sempre ouvimos que a falta de recursos nos força a pensar em inovação. Mas qual o nível ideal de falta de recursos?”, questionou.

Newton Campos mostra os estágios de vida da Start Ups
Pode haver falta de recursos sociais ou econômicos e o primeiro caso é o principal impulsionador da mudança, explicou, pois os recursos econômicos hoje estão bem mais acessíveis e maduros do que há apenas cinco anos. Com essa facilidade, hoje é possível pensar em inovação e diversificação dos investimentos, para garantir que o patrimônio da empresa se perpetue e garanta a permanência das gerações futuras.
Segundo Campos, o processo empreendedor passa por cinco fases: viabilidade, emergência, crescimento acelerado, estabilidade ilusória e decadência.
Na primeira fase, da viabilidade, o financiamento ainda ocorre muito com recursos próprios, da família ou a contribuição de amigos. Hoje, porém, já é possível contar com investidores profissionais, conhecidos como ‘investidores anjo’, e fundos de capital semente para ajudar a colocar ideias em prática. O financiamento coletivo, por meio de crowdfunding, também é uma opção.
Para a fase de emergência, existem os equity crowdfundings, com o financiamento coletivo em troca de participação no capital da empresa. Essa participação pode ser não só na forma de ações, mas também em criptomoeda. Aceleradoras também fazem parte desse ecossistema, assim como corporate ventures, ou seja, empresas que investem em outras empresas, e investidores-anjo profissionais.
A terceira fase, de crescimento acelerado, conta com capital de risco ainda mais profissionalizado, como butiques de investimento e bancos especializados em startups, que oferecem condições ainda muito mais favoráveis do que os bancos tradicionais.
Na quarta fase, de estabilidade ilusória, começam a aparecer processos de fusões e aquisições, com a intermediação de fundos de private equity. É nessa fase também que muitas empresas abrem seu capital e que seus proprietários diversificam seus investimentos.
A quinta fase – da decadência – só acontece se a empresa não estiver atenta para o ciclo como um todo e passar tempo demais considerando-se estável o que, como destacou Campos, é uma fase ilusória. Especialmente no mundo atual, em que as mudanças acontecem de forma exponencial.
NEWTON M. CAMPOS é PHD em Empreendedorismo pela FGV EAESP, mestre pela IE Business School de Madri, Espanha e pelo IM Institute of Management de Calcutá, Índia. Tendo participado da fundação de diversas empresas na América Latina, Campos é professor da FGV, diretor do Centro de Estudos em Private Equity e Venture Capital da instituição e conselheiro da ABStartups – Associação Brasileira de Startups. Clique aqui para saber mais sobre o palestrante!
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