“The Future of Productivity in a ‘remote’ world” por Michael Schrage
Para Schrage, nos últimos meses, muitas empresas passaram a se preocupar em como fazer para que as pessoas sejam mais inovadoras, quando, na verdade, a questão mais importante é como fazer com que a inovação crie mais valor para as pessoas.
Michael Schrage, professor e pesquisador de Economia Digital da Sloan School of Management do Massachusetts Institute of Technology (MIT), acredita que não basta dispor de ferramentas e tecnologias inovadoras, precisamos melhorar as competências e a criatividade das pessoas.
Procurado por empresas de diferentes países e portes interessadas em receber orientações sobre como se adequar às limitações impostas pela pandemia da covid-19, o professor e pesquisador de Economia Digital da Sloan School of Management do Massachusetts Institute of Technology (MIT), Michael Schrage percebeu que o foco deveria ser outro.
A questão, para ele, não está na tecnologia, mas nas pessoas. Schrage foi um dos palestrantes do terceiro dia do evento Family Business Innovation, promovido pelo Fórum Brasileiro da Família Empresária (FBFE).
Em geral, as empresas, grandes ou pequenas, se adequaram ao trabalho remoto. A maioria das pessoas passou a usar as ferramentas disponíveis para manter em dia seus relatórios e outros documentos. Porém, não temos a compreensão real de como elas se adaptaram, improvisaram, conseguiram manter suas entregas e, acima disso, qual o efeito desse processo nelas. Isso levou Schrage a rever os fundamentos da criação de valor.
Para ele, as empresas precisam redefinir o que é alto desempenho. Certamente, o que determinava o bom desempenho no ano passado não o será mais em 2021. É preciso repensar e, principalmente, procurar descobrir o que as pessoas estão pensando.
Os processos e a interação digital transformaram os conceitos de transparência, visibilidade e reciprocidade. É preciso investir no que ele chama de AI – augmented introspecticion.
As empresas passaram a ter um portfólio digital, um banco de dados das mais diferentes formas de interação, tanto entre o público interno quanto externo. Há uma diversidade de equipamentos de monitoramento. Muitas empresas já estão medindo e analisando as interações entre as pessoas nos diversos processos.
O grande desafio para a liderança das organizações, inclusive as familiares, melhorar seus resultados é identificar os indicadores que devem ser mensurados e analisados para aprimorar os processos. Analisar as interações em seu network, seja por canal, por região, por produto ou por segmento de cliente.
Ao analisar milhões de interações é possível identificar quais funções têm melhor resultado, quanto tempo é gasto em cada processo e até termos e mensagens que podem fazer a diferença na interação.
É importante ressaltar que a observação e o monitoramento do trabalho podem e devem se dar sob as regras de conformidade, discernindo e definindo claramente as informações que precisam ser compartilhadas. “É preciso aprender a mensurar e mensurar para aprender”, diz Schrage.
Na sua avaliação, não podemos nos tornar escravos de algoritmos. Os negócios giram cada vez menos em torno da simples produtividade e mais e mais em torno dos relacionamentos.
“Tudo se resume ao relacionamento bom e saudável, seja nos negócios ou na família e inclusive entre pessoas e máquinas”, conclui Schrage.
Michael Schrage é Professor do MIT Sloan, investidor anjo em start-ups de mídia digital e ‘machine learning’. É especialista no impacto de como as máquinas e humanos evoluem à medida que as tecnologias se tornam “mais inteligentes” e pioneiro em pesquisa de tecnologias inovadoras.
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