“The Owners’ Mindset in the Age of Disruption” por John Davis
“Historicamente, grupos familiares destacaram-se por investir em inovação; mas precisam aprender a lidar com a disrupção.”
O sucesso das empresas familiares sempre esteve ligado à confiança que inspiram e ao aprimoramento constante de seus produtos. O professor sênior do MIT John Davis, palestrante do Family Business Innovation 2019, destacou, a partir de décadas de estudo do tema, que os líderes das gerações anteriores possuíam um mindset focado em questões operacionais, como uma administração exemplar, a melhoria de produtos e processos e o crescimento dos negócios.
Em muitos casos, essa postura, ao longo do tempo, garantiu sucesso, estabilidade, tradição e inovação. Porém, a fórmula não será suficiente para dar conta dos desafios do novo milênio. Davis afirma que as empresas familiares têm de “estar preparadas e fazer mais”. Elas precisam passar da inovação à disrupção.
O mundo vem se transformando rapidamente. Volatilidade, incerteza, complexidade e ambiguidade são as características de um novo cenário no qual prosperar depende de reinventar-se inúmeras vezes. Segundo o especialista, as empresas familiares são boas em inovar, mas, muitas vezes, não estão prontas para lidar com mudanças drásticas nos segmentos em que atuam há muito tempo – e que julgam conhecer profundamente.
“Em momentos de grandes transformações, como crises políticas, econômicas, ou períodos de revolução tecnológica, as empresas familiares costumar agir com prudência: fortalecem os laços comunitários, poupam recursos e esperam por momentos mais favoráveis para investir.” Mas, agora, a transformação virou a regra: espera-se que em 2021 aconteçam mais mudanças em um ano do que no século anterior inteiro.
“Os donos precisam pensar como donos”, lembrou John Davis. Não basta agir como administrador de um negócio, é cada vez mais necessário que as famílias empresárias aprendam a investir em novos negócios – e a deixar de investir naquilo que não está dando certo. É preciso investir mais tempo nas discussões importantes – investimentos, talentos e cultura da empresa – do que em questões gerenciais e assuntos administrativos. “Não basta a família ser boa em seu negócio, terá de ser boa em tomar decisões importantes. O sucesso, cada vez mais, depende disso.”, concluiu o professor.
Há muitas janelas de oportunidade, mas elas se fecham bem mais rápido do que antigamente e as empresas terão de se preparar com antecedência para enfrentar os desafios do mercado – e terão de aprender a investir em meio à turbulência, para não ficarem para trás.
O especialista destaca a diferença entre inovação, que consiste em fazer melhor aquilo que já se fazia, e disrupção – fazer as coisas de uma nova maneira, que torna as tecnologias ou serviços anteriores obsoletos. Uma tecnologia disruptiva pode transformar um segmento inteiro, deslocando as empresas tradicionais e suas “velhas” formas de fazer as coisas. Aí está a importância de se antecipar, promovendo internamente um ambiente propício à inovação e, mais do que isso, preparando a família para tomar as decisões estratégicas do negócio.
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