Alfredo Khouri, descendente de libaneses, demonstrou ainda no colégio, em Curitiba (PR), um agudo instinto para os negócios. O empresário lembra que, vindo do interior do Estado, não tinha roupas adequadas para ir às festas promovidas pelos colegas. “Fiquei planejando o que eu ia fazer para ganhar dinheiro”, lembrou. A partir das amizades que havia feito com integrantes da União Paranaense de Estudantes, ofereceu, então, ao proprietário de um cursinho uma relação com os nomes de todos os estudantes do 1º, 2º e 3º colegial do Estado do Paraná. “Um amigo meu, já falecido, acreditava que eu havia criado, em 1965, a primeira mala direta no Brasil”, disse Khouri.
Essa foi a primeira manifestação de uma veia empreendedora que voltaria a ser determinante em seus negócios ao longo de sua trajetória como empresário. A facilidade em ligar os pontos, de forma a desenvolver um negócio, se manifestaria novamente em outras ocasiões. Em 1974, ele fundou a Construtora Khouri Ltda. e, mais tarde, a Catuaí Construtora e Incorporadora Ltda. À frente dessas empresas, Khouri acumulou, nesse tempo todo, um portfólio de realizações que inclui a construção de 3.000.000 m2, compreendendo shoppings, agências bancárias, lojas, usinas, centros de logística, edifícios comerciais e residenciais no Brasil e Uruguai. Ele também construiu e administrou cinco shoppings nas cidades de Londrina, Maringá, Foz do Iguaçu e Cascavel.
Treecorp é um fundo de private equity, fundada em 2012, que se especializou em investimentos em empresas familiares. “Desde o início, nosso posicionamento sempre foi investir em empresas familiares. Queremos ser sócios e fazer com que a família fique sócia de um negócio que, com a nossa ajuda, se tornará grande”, afirmou Luis Felipe Lomonaco, um dos fundadores da Treecorp.
Ao longo dos seus 12 anos de existência, a Treecorp construiu um diversificado portfólio. Entre os investimentos do fundo estão a Zee.dog, empresa que produz bens duráveis para pets (adquirida pela Petz), e a Ademicon, que se tornou a maior administradora independente de consórcios do país. No ano passado, outra operação do fundo chamou muita atenção: a aquisição de 90% do clube de futebol paranaense Coritiba. Esse foi o primeiro investimento de um fundo de private equity brasileiro em SAF, o modelo de privatização dos times de futebol.
José Ernesto Bologna recorreu à filosofia para discutir conceitos essenciais, hoje esquecidos, que devem ser considerados na formação da cultura empresarial familiar e sucessória em sua apresentação no Family Business Investment 2024.
Bologna é fundador da “Ethos ShareWoods – Seres Humanos de Negócios”, professor convidado da Fundação Dom Cabral, da St. Paul Business School e de outras escolas de desenvolvimento de líderes fundadores, conselheiros, acionistas e herdeiros e atual presidente do Conselho da Arezzo&Co, conselheiro e ex-conselheiro de diversas empresas, pesquisador e autor em ciências humanas aplicadas às ciências organizativas.
Sucessão e o modelo tradicional de empresas familiares, base da economia mundial, encontra-se diante de novos dilemas em um ponto crucial para a sua perpetuação: a transferência do patrimônio e do comando do negócio de uma geração para outra. Vários fatores, entre os quais se incluem principalmente as mudanças demográficas em diferentes países, estão tornando os processos sucessórios mais desafiadores.
Essas mudanças ocorrem quando se prevê uma transferência massiva de riquezas entre as gerações. Estimativas indicam que, globalmente, as heranças dos chamados “baby boomers”, nascidos nas duas décadas após a Segunda Guerra Mundial, para os “millennials”, como é conhecida a geração que nasceu entre 1980 e 1996, somarão US$ 150 trilhões. Esses recursos deverão impulsionar profundas mudanças na economia mundial, graças a novas tecnologias e às transformações da indústria energética, que contribuirão para uma transição do planeta para um futuro mais limpo.
O “efeito Buddenbrook”, como foi batizado o novo fenômeno que vem afetando os processos sucessórios das empresas familiares na Alemanha, foi o tema abordado por Nelson Cury Filho, fundador do Fórum Brasileiro da Família Empresária (FBFE), na abertura do Family Business Investment Summit 2024, realizado no dia 18 de junho no Espaço Faena, em São Paulo. Embora ainda seja pouco conhecido, o “efeito Buddenbrook” pode comprometer a transferência de recursos de uma geração para a outra pela falta de herdeiros.
A importância de se preparar e continuar o legado da família e a gestão dos negócios foram os temas centrais da terceira edição do Family Business Investment Summit 2024, destinado a grandes empresas familiares, famílias investidoras e Single Family Offices. Idealizado num formato dinâmico e inovador, de modo a permitir a troca ativa de experiências entre os participantes, o evento reuniu 80 participantes e foi dividido em dez palestras, sete rodadas de perguntas e apresentação de dois cases. Continue lendo
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