“Como famílias podem investir em tecnologia”, por Romero Rodrigues
As startups estão na linha de frente quando o assunto é inovação. E as famílias empresárias são grandes impulsionadoras desse segmento de negócios: 85% das startups recebem aportes de capital de famílias empresarias. O dado foi divulgado durante o Fórum Brasileiro da Família Empresária – FBFE, durante o Family Business Innovation 2019
Uma das formas mais comuns de investimento em startups são os fundos de Venture Capital (VC). Segundo Romero Rodrigues, diretor administrativo da Redpoint Eventures, esses fundos “investem em uma empresa muito grande enquanto ela ainda é muito pequena”. Rodrigues é cofundador do Buscapé, site de comparação de preços comprado pela Naspers em 2009. A Redpoint Eventures é a primeira empresa de VC do Sillicon Valley a se estabelecer no Brasil.
Rodrigues, em palestra no Family Business Innovation 2019, explicou como funciona o financiamento em diferentes estágios. “A história de uma startup é dividida em desafios”, disse o jovem executivo. “Cada desafio é uma fase, e representa uma rodada de investimento.”
Em linhas gerais, o ponto de partida de uma startup é listar os riscos de transformar aquela ideia em um negócio de sucesso: de não conseguir criar o protótipo, de não agradar o público, de não criar um sistema robusto o suficiente, de não conseguir monetizar e todos os outros riscos envolvidos no processo. “Em cada rodada de investimentos, a startup deve receber o aporte necessário para tirar um risco da mesa”, diz Romero Rodrigues. Nem mais, nem menos – caso o aporte seja muito grande, ele pode até atrapalhar o crescimento do negócio.
Startups crescem rápido porque fazem uma coisa de cada vez. E os investimentos iniciais não precisam – nem devem – ser altos. Esses aportes são chamados de smart money e Romero Rodrigues garante que, nas primeiras etapas, o “smart” tem mais valor do que o “money”. Por isso, é importante que os empresários fiquem atentos às propostas recebidas. Quando um empreendedor lança sua ideia, ele busca parceiros que podem contribuir não apenas com recursos, mas também com conhecimento, contatos, experiência, ou seja, alguém que faça a diferença ao compor o conselho da empresa.
A regra, portanto, é investir em startups ligadas ao segmento de negócio que constitui a expertise da família empresária. Assim, ela terá mais condições de contribuir e também maior probabilidade de ter sido uma das primeiras opções da lista de investidores. “Nesse tipo de investimento, estar entre os primeiros contatos procurados pela startup faz muita diferença”, afirma Rodrigues.
Em busca do sucesso das Startups
Durante o evento, duas startups com sede no CUBO Itaú, local onde o Family Business Innovation 2019 foi realizado, tiveram a oportunidade de mostrar os projetos que estão desenvolvendo.
Alexandre Lara, fundador da BLU365, quer ajudar as pessoas a ficarem 365 dias por ano “no azul” e as empresas a receberem seus débitos com ajuda da tecnologia. Ele está criando uma plataforma para negociação de dívidas que utiliza análises de dados sofisticadas, avalia a experiência do consumidor e recorre à inteligência artificial para ajudar devedores que pretendem renegociar suas dívidas. Mais de R$ 1 bilhão em negociações já foram processados por meio da plataforma, beneficiando cerca de um milhão de famílias, que fecharam acordos por meio dos canais digitais.
Anibal Wanderley, da Cerensa, acredita que muitas das exigências socioambientais não são cumpridas pelas empresas por questões burocráticas. Seu objetivo é ajudá-las a construir uma política de governança corporativa com auxílio da tecnologia. O sistema vai reunir as demandas do governo federal e de estados e municípios, órgãos reguladores, auditores, cliente e investidores, gerenciando as ações a serem empreendidas e os prazos para cumpri-las.
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