O QUE FICA PARA A PRÓXIMA GERAÇÃO? por Bruno Setubal
Sem abrir mão da própria personalidade, Bruno Setubal conta qual a herança mais valiosa que leva de seus antecessores.
Bruno Setubal, como o próprio nome revela, nasceu em uma família muito bem-sucedida nos negócios. Neto de Olavo Setubal, herdou do avô a simplicidade e o espírito empreendedor. Foi na administração de Olavo que o banco, com a ajuda de Eurodo Villela, cresceu vertiginosamente. Com apenas 36 anos, formado em administração pela FAAP, Bruno conta que começou a trabalhar no primeiro semestre do curso e que já foi sócio de diversas empresas. Hoje dedica o seu tempo à Vistaitec, à Vista Properties e ao restaurante Geiko-San: todos negócios próprios e de sucesso.
Ele também participa ativamente do conselho das empresas que estão embaixo do guarda-chuva da holding Itaúsa — segundo maior grupo privado do Brasil — e do Family Office Cia ESA, da família Setubal e da família Villela.
“Quem montou este Family Office foi meu avô, já perto de sua morte, em 1997. Ele não sabia que iria falecer, mas achava muito importante que as duas famílias se mantivessem unidas. Seu lema era: ‘Unidos vamos longe’”, se recorda Bruno. Segundo ele, os encontros são periódicos e não discutem diretamente o dia a dia dos negócios. É um instrumento de união. “Nessas ocasiões, não tratamos desse tipo de assunto em suas especificidades, nem de investimentos, mas sim de governança. Como as coisas devem ser entre nós, os membros da família”, diz Setubal.
Da época de Olavo para cá, foram criadas frentes como comitês, eventos, encontros anuais da família para mantê-los próximos e apresentar oportunidades ao grupo. “Todos juntos (hoje cerca de 50 membros), encontramos soluções que façam a família prosperar como um todo”, conta. Nessas reuniões são tratados temas como, por exemplo, a vontade de um herdeiro, já da quarta geração, de querer trabalhar no grupo. Tudo é possível, mas sempre dentro de uma regra. Um herdeiro pode ser trainee do Itaú, por exemplo. Tudo isso é discutido a fundo.
Como são sócios-acionistas de diversas empresas de capital aberto, totalmente profissionalizadas, com outros sócios, necessitam ir a fundo na definição de regras para que os negócios floresçam.
Bruno acredita que o maior legado da família é serem acionistas responsáveis.
“Meu avô foi prefeito de São Paulo e ministro das Relações Exteriores do governo Sarney. Tinha preocupação com o social. Vivemos num país com muitas diferenças e é aí que entra a importância do empresário responsável. Precisamos ajudar a nação, dar nossa contribuição para a sociedade de alguma maneira, seja doando tempo, seja doando dinheiro”, opina.
Fonte: Revista FBFE – Edição 02
Texto: Marília Muylaert
Fotos: Renato Stockler
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