“Riqueza é um privilégio, não um direito” por Randolph Waesche
O dinheiro é sempre importante em qualquer tipo de negócio, mas nas empresas familiares, para evitar que seja uma fonte de conflitos, é preciso entender como ele funciona e sua importância para a unidade familiar, afirmou o norte-americano Randolph Waesche, na palestra “Desafios da riqueza: a inevitável influência do dinheiro na família empresária”, durante a terceira edição do Family Office Summit Brazil 2019.
Randolph Waesche trabalha há mais de 40 anos como consultor financeiro, orientando herdeiros, sucessores e acionistas de empresas familiares. Ele é reconhecido pelas revistas “Money” e “Worth” como um dos principais planejadores financeiros dos EUA. Sua empresa, a Resource Management, LLC, durante seis anos consecutivos, foi considerada uma das melhores “Wealth Advisors” pela revista “FT Financial”.
O entendimento ou não do propósito do dinheiro é que faz a diferença entre as famílias que funcionam de forma cooperativa e aquelas que operam de modo disfuncional.
O dinheiro é sedutor, é uma força poderosa e de grande influência na vida, podendo provocar experiências positivas ou negativas. “Não há nada mais íntimo do que o dinheiro. Ele guarda nossos maiores segredos, envolve traições, nos mostra onde está o nosso coração”, afirmou Waesche.
Para ilustrar o risco que as famílias empresárias correm ao não se prepararem para gerenciar de forma sustentável o dinheiro, Waesche cita a fábula da gansa que colocava ovos de ouro. Não satisfeitos com a fortuna que tinham, os donos mataram a gansa acreditando que ela era de ouro por dentro e acabaram ficando sem nada. Frequentemente são os membros da família que não trabalham que defendem matar a gansa, alertou o consultor financeiro. “A ganância é a incubadora de conflitos nas famílias ao redor do mundo”, destacou.
Como o dinheiro não é commodity, mas um elemento decisivo que influencia e conecta os negócios familiares ao longo das gerações, o entendimento ou não do propósito do dinheiro e a sua influência podem ser a diferença entre o sucesso e a destruição da empresa. As novas gerações de herdeiros tendem a se sentir estimuladas a perpetuar o legado se enxergarem um propósito maior no negócio, que vai além do dinheiro.
Para Randolph Waesche, nesse sentido, governança é essencial, pois ajuda a isolar comportamentos disfuncionais, minimizando riscos e ajudando a estabelecer os direcionamentos estratégicos. A governança contribui para que o dinheiro seja inclusivo no processo de sucessão. Dessa forma, são muito maiores as possibilidades de a empresa familiar crescer e ser sustentável ao longo de várias gerações.
As próximas gerações precisam conhecer contabilidade, o funcionamento dos ciclos econômicos e não apenas entender de dividendos.
Em muitas famílias, disse Waesche, os herdeiros e sucessores ainda se preocupam unicamente em viver do cheque que recebem. “É preciso entender que riqueza é um privilégio, não um direito.” Esse é um aprendizado que deve começar na infância. Com isso, as próximas gerações estarão melhor posicionadas para serem mais felizes e terem mais sucesso.
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