Perpetuação de Patrimônio através da Educação por Unialfa
A última palestra do FBFE Goiânia 2022 foi a respeito da importância da educação e da capacitação da família empresária. O professor Carlos Eduardo Trindade, diretor do Grupo José Alves e reitor da UNIALFA, que está lançando com exclusividade o primeiro MBA em governança familiar, discorreu.
O Grupo José Alves foi fundado em 1962 pelo pai do Sr. José e seus tios. O grupo começou com varejo, passou para “atacarejo”, trabalhou com mineração, madeireira, fábrica de óleo de soja, óleo de girassol, concessionária de televisão. No ano de 1982, o empreendimento passou por dificuldades e para recuperá-lo, uma decisão muito séria foi tomada.
Todos os membros da família retiraram-se da operação. Foi estruturado o Conselho de Família e a implementação da Governança familiar, societária e corporativa. Iniciou-se, então, as operações industriais da Coca-Cola e da engarrafadora de água. Também foi investido na área educacional, iniciando a história da UNIALFA.
“Seu José Alves, segunda geração e filho do fundador, trabalha desde os nove anos no Grupo. Aos 14 já atuava na linha de frente e empreendeu em diversos negócios. Nessa trajetória teve uma concordata, o que para ele foi um grande problema, ainda mais por se tratar de um grupo familiar” destaca Calos Eduardo Trindade.
O professor conta que dos 60 anos em que Seu José Alves trabalha no grupo, 46 foram dedicados ao estudo das técnicas de governança, amarrando todos o aprendizado em governança familiar.
Governança Familiar no Grupo José Alves
“Governança para o Sr. José, basicamente, é organizar a família e a empresa. E como se faz isso? No grupo foi estruturada a governança familiar, onde há uma assembleia de família, conselho de família, consórcio de primos, consórcio de família e consórcio dos agregados (cônjuges). Do outro lado, toda governança corporativa, societária, estruturação das holdings, modelos de negócio, entre outros “, afirma Carlos.
Trindade completa “… temos de olhar para a família, a empresa e a estrutura societária e balancear essas três coisas que, quando mal definidas, geram atrito, o que não é legal porque o crescimento normalmente sai impactado. O modelo que foi criado para o grupo José Alves tem lá em cima a família. Abaixo da família foi criada uma holding de participação, na verdade um conjunto de holdings e, abaixo disso, o conselho de administração da família que não tem nada a ver com o conselho de administração corporativa. Existe ainda o conselho Junior, onde a garotada de 17 até 15 anos começa a ter contato e entender o que está acontecendo no grupo e tomar decisão. Com eles é feito a apresentação de projetos, tutoria e mentoria”.
Do ponto de vista estrutural e societário, o grupo é divido em várias holdings, separadas por indústria, serviço e parte de mobiliário. Essa é a estrutura das empresas hoje. Para reduzir o custo operacional temos todos os executivos na holding. O custo operacional é hoje de 2% do total do faturamento que atualmente está na casa dos 1,8 bilhões.
“Fazemos a gestão via holding de todo o grupo. Temos de transformar o membro da família em um gestor de negócios e por isso temos que dar formação, não basta colocar o jovem na empresa para saber o que se faz. Tem que fazê-los estudar, viajar, conhecer outros negócios”, relata Carlos Trindade da Unialfa.
Ele diz ainda que qualquer membro da família que vá trabalhar no grupo tem que ficar ao menos 10 anos em outra empresa. Quando entender o que é o mundo dos negócios, quando já quebrou a cara e respeita hierarquia, pode trabalhar no grupo em uma função gerencial e passa por todas as áreas para depois seguir a sua carreira. E é isso que dá solidez ao processo.
MBA em Governança Familiar: a ideia!
“Percebi que as famílias empresárias necessitavam de um produto que levasse ao mercado a governança de uma forma mais estruturada e que preparasse os profissionais, com base na história do grupo, de uma forma mais efetiva”, declara Carlos Trindade, da Unialfa.
A área educacional do grupo tem um colégio de ensino médio, uma faculdade de direito em São Paulo e está lançando agora um curso de governança societária, sucessória e corporativa em empresas familiares.
As empresas familiares têm necessidades diferentes das empresas de capital aberto. 90% do PIB no Brasil está nas mãos de empresas familiares. Desses, 30% não têm nenhum projeto de sucessão. “O fundador acha que vai viver para sempre; mas não vai”, relembra o professor. Moral da história: é preciso começar a formar essa sucessão.
“Trouxemos os melhores profissionais do mercado que trabalham com sucessão familiar, advogados, controllers que já fazem consultoria aqui e na América Latina. São 360 horas de curso, um MBA Executivo mesmo, com duração de 10 a 12 meses. Há ainda um diferencial, os professores que passam conhecimento também darão mentorias durante o curso inteiro para que cada aluno possa trazer o problema da sua família e conseguir começar a resolvê-los’’ completa Carlos Trindade, da Unialfa.
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