Foi diante de uma plateia lotada que Nelson Cury Filho, fundador do FBFE, abriu o evento Family Business Investment 2022, uma edição especial do 4º Fórum Brasileiro da Família Empresária – FBFE em Goiânia.
Na ocasião, Nelson contou que esteve presente em Goiânia em 2015, logo após fundar a plataforma de Family Business, cujo propósito é o de conectar pessoas, promover relacionamentos e divulgar importante conteúdo para a evolução e transformação das famílias empresárias no Brasil, além de promover a troca de experiências e aprendizado por meio do olhar de outras famílias em estágios diferentes de governança e profissionalização.
“Hoje aqui, o tom da nossa conversa é a importância da gestão do patrimônio. Estamos dando mais um passo à frente com as famílias que já estão líquidas ou com aquelas que ainda estão formando um alto patrimônio”, declarou Nelson Cury Filho.
Na visão dele, o empresário, no geral, se preocupa com o dia a dia da operação do negócio e esquece de olhar com a devida atenção para a gestão dos ativos patrimoniais e tudo o que diz respeito às despesas, ao alinhamento da família e a forma de capacitar as próximas gerações que cuidarão do patrimônio no futuro.
“As famílias têm várias maneiras de fazer o patrimônio crescer. Em sua grande maioria acontecem através de eventos de liquidez. Muitas famílias estão vendendo seus negócios, algumas por meio de fusões e aquisições. Há também a distribuição de dividendos das empresas que estão gerando caixa. O Brasil, na contramão do mercado mundial, é um dos únicos países que está crescendo e estamos acreditando muito nisso”, sinalizou Nelson.
Apesar da alta taxa de juros (aqui e nos EUA), das proximidade das eleições no Brasil (que gera muita especulação sobre o que vai acontecer no cenário político), a Guerra na Ucrânia (que provoca aumento do custo de produção e afetou as commodities), o Brasil está surfando mais uma vez. Mas os custos aumentaram muito e a realidade pós-pandêmica também influenciou na conexão de várias famílias. Muitas empresas tiveram seus padrões rompidos (processos disruptivos) e muitos negócios desapareceram. Por outro lado, cresceu a oportunidade de se trabalhar de forma digital, a inovação e a criação de novos negócios baseados na revolução 4.0 (quarta revolução industrial baseada na automação e troca de dados cujo foco é a melhoria da eficiência e produtividade dos processos).
“A expectativa para 2022 é que, apesar da alta de juros, as famílias invistam na economia real”, afirma Nelson Cury Filho, que contou que havia encontrado Michel Temer em um evento recente e que o ex-presidente afirmou também que o Brasil é um país muito otimista. “Sempre investe muito e está sempre na contramão, apesar de todas as turbulências”.
“Quando a família parte para um evento de liquidez ou transferência de renda, há duas maneiras para se fazer dinheiro: transferência de renda ou venda do negócio. As famílias de alto patrimônio estão buscando cada vez mais a estruturação de Family Offices. Fenômeno que vem crescendo no Brasil e no mundo.
Apesar do crescimento dos Family Offices, 33 milhões de pessoas estão passando fome no Brasil.
Nelson Cury Filho ressaltou, do dever das famílias Ultra High de ajudar a sociedade a desenvolver ONGs e institutos com o intuito de criar impacto positivo”. E que o empresário não deva apenas usufruir, mas também retribuir para a sociedade em forma de impacto e cuidado com o meio ambiente. As novas gerações estão muito preocupadas com a inclusão.
Nelson questionou a plateia sobre o sentido de ter uma estrutura própria ou se terceirizada. Se os ativos serão mantidos na pessoa física, jurídica ou criação de holdings? Como fica a questão da antecipação de herança, usufruto, e pagamento de ITCMD? É preciso pensar com cuidado e muito antes de optar por um ou outro modelo. É saudável imaginar a família 10 anos lá na frente. Quem vai assumir, a geração antiga, a nova; como será a forma de tomada de decisão? democrática? Ou autocrática? Questionamentos de todos os tipos devem ser levantados.
Nelson ajuda as famílias a estruturarem seus Family Offices e a primeira coisa que sempre questiona é a importância da união da família. Para haver a continuidade do legado, a primeira coisa a saber é se a família está unida pelos valores familiares ou se a cola é o dinheiro. Se a cola for o dinheiro, certamente haverá a pulverização lá na frente e as famílias se dissolverão.
É necessário implantar a governança. Criar regras, conselhos e políticas, o que ajuda na tomada de decisões, cria transparência, valor e diminuir os ruídos. As famílias brigam e se dissolvem por pequenas picuinhas.
É preciso entender o ciclo de vida dos negócios, já que dizem que hoje não se consegue prever nem os próximos seis meses. É preciso ficar atento ao fato de que o seu negócio pode acabar. É preciso sair de uma empresa familiar e se transformar em uma família empresária, empreendedora. Daí a necessidade da gestão profissionalizada.
Segundo Nelson é saudável trazer gente de fora para o conselho, especialistas; são eles que vão ajudar as empresas familiares a criarem uma visão estratégica de longo prazo e diversificar o patrimônio.
“Não coloquem todos os ovos na mesma cesta”, já dizia Warren Buffet.
É preciso investir no desenvolvimento de talentos. Sem isso, a empresa morre.
Para encerrar a abertura do evento, Nelson relembrou John Davis, guru do Family Business: “os negócios vêm e vão; famílias empreendedoras podem durar gerações se estiverem conectadas pelos valores. Manter o ímpeto da família e aumentar seus ativos são as verdadeiras medidas do sucesso de uma geração para a outra.
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