A taxa de juros caiu para a mínima histórica e os investidores, de forma geral, precisam buscar aplicações mais estruturadas e alternativas para aumentar a rentabilidade de seus portfólios.
Uma forma de análise interessante é observar o que os grandes investidores do País estão fazendo: avaliando em detalhes, notamos que o conservadorismo histórico abriu espaço para estratégias mais diversificadas.
Segundo o estudo Big Data SmartBrain, que reúne a base de dados dos investidores dos segmentos alta renda e private, somando 183 mil extratos com mais de R$ 113 bilhões consolidados, em setembro de 2019, a alocação média das carteiras atingiu 40,94% dos recursos em fundos multimercados; 13,09% em ações e fundos de ações; 35,35% em títulos e fundos de renda fixa; 4,46% em produtos de previdência e 3,06% em fundos imobiliários.
No final de 2017, a participação dos fundos multimercados superou a de renda fixa nos portfólios e continuou crescendo. Hoje, entre os multimercados preferidos dos investidores, destacam-se aqueles nos quais os gestores utilizam a estratégia de alocar parte significativa do capital em ações.
A parcela de investimentos diretos em ações e fundos de ações também aumentou. Somente no terceiro trimestre deste ano, subiu de 11,32% para 13,09%. A nova matriz fiscal e a política monetária adotada a partir de medidas implantadas pelo governo Temer e da aprovação da reforma da Previdência no governo Bolsonaro criaram condições para a retomada do crescimento da economia, das empresas e do mercado de capitais.
A conjuntura de inflação controlada e de juros baixos deve permanecer nos próximos anos. Os agentes de mercado projetam um avanço do PIB na ordem de 2% a partir de 2020 e uma performance bastante positiva das companhias abertas graças ao grau de eficiência conquistado e à capacidade ociosa existente.
Grandes investidores estão aplicando cada vez mais em fundos imobiliários (FIIs) que, assim como o Ibovespa, vêm apresentando valorização acima de dois dígitos ao ano.
Mas, com todo esse fluxo para a renda variável, os ativos de renda fixa continuam sendo essenciais na composição de carteiras. Porém, agora, com uma mudança: os títulos de crédito privado estão sob os holofotes, uma vez que tendem a dar retornos acima dos títulos do Tesouro.
E a diversificação? Conforme o Big Data SmartBrain, a quantidade média de ativos por portfólio chegou a 15,66: um aumento de 12,17 de janeiro a setembro. Isso mostra que os grandes investidores estão mais antenados em diversificar, um movimento que deve continuar em 2020.
*Cassio Bariani é presidente da SmartBrain, fintech que oferece soluções para o setor de investimentos, ferramentas para comparar, simular e consolidar extratos de investimentos.
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