Case Piraquê: venda da Empresa Familiar e estruturação do Family Office
Fundada em 1950 por Celso Colombo, a Piraquê é um exemplo de empresa familiar bem-sucedida. Tanto que, em 2018, foi vendida por R$ 1,55 bilhão. A terceira geração da família se viu diante do desafio de estruturar seu family office (Carpa) e tratar de questões de direito de sucessão.
O case Piraquê foi tema da apresentação de Celso Colombo Neto, fundador da Carpa Family Office, durante o Family Office Summit Brazil 2022, realizado no dia 21 de novembro, em São Paulo. Formando em Economia e com passagem pelo setor financeiro, Neto contou que a qualidade do produto e a construção de uma marca sólida possibilitaram o crescimento da companhia, mesmo diante de um modelo de gestão desafiador.
“Após a morte do meu avô, em 2012, houve uma primeira tentativa de mudar o padrão de governança da companhia. Contratamos uma empresa de governança, mas o projeto foi interrompido devido a resistência às mudanças como criação de programas de metas”, revelou o executivo.
Segundo ele, esse foi o momento em que ficou claro que a empresa não passaria da terceira geração, ou seja: a Piraquê, cedo ou tarde, teria que ser vendida. A providência seguinte foi dar início à organização dos itens necessários para gerenciar a liquidez e absorver as demandas de serviços da família.
“Em 2013, encontrei uma empresa de soluções de patrimônio e demos início ao primeiro multi-family office do Brasil. Com a Carpa Family Office estruturada, diante da crise no início de 2015, conseguimos contratar uma nova empresa de governança para a Piraquê, criando vários processos que aumentaram a sua rentabilidade”, recordou.
Um ano depois, Celso Colombo Neto recebeu o pedido do pai iniciar o processo de venda da companhia. Concluída a operação, brincou o executivo, “já tínhamos a Carpinha de boca aberta para receber os recursos e organizar meios para atender as demandas da família”.
Hoje, o Carpa Family Office possuí cerca de R$ 6 bilhões sob gestão e já deu origem a novos negócios. Um exemplo é a Kauai Ventures, companhia do campeão mundial de surf, Gabriel Medina, cujo objetivo é contribuir para projetos ligados a exporte, meio ambiente e captura de carbono.
“A mensagem que eu gostaria de passar é: tenham coragem de implantar governança em seus negócios familiares, briguem por isso e procurem uma boa assessoria”, disse Neto. Para ele, é melhor enfrentar conflitos para alcançar essas mudanças do que enfrentar crises financeiras ou até mesmo a falência.
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