Na 2ª edição do FBFE Mulher SP, Daniela de Rogatis diz que papel feminino é estratégico na transmissão de valores às futuras gerações
Inspirada em sua expertise em programas de desenvolvimento e formação de herdeiros para as mais importantes famílias empresárias brasileiras, a educadora Daniela de Rogatis, fundadora da Rogatis Family, foi a palestrante da 2ª edição do FBFE Mulher São Paulo, realizada na quarta-feira (21/06/2017). Apresentada à plateia formada por mulheres membros de famílias empresárias pelo fundador do FBFE, Nelson Cury Filho, ela falou sobre “Valores, Futuro e o Papel da Mulher na Formação da Nova Geração”.
“O papel de nós mulheres se torna estratégico daqui em diante na preparação dos filhos para os desafios que o século XXI lhes colocará, ainda mais quando se trata de herdeiros de famílias empresárias”, disse Daniela. Quanto maior a empresa e o patrimônio da família empresária, maiores serão os desafios aos herdeiros. Daí a advertência da educadora, preocupada com os efeitos perniciosos do ultraliberalismo: liberdade ilimitada, proteção exagerada e serviçais fazendo tudo para crianças e adolescentes, sem chance de que estes possam cuidar de si mesmos e aprender a respeitar e conviver com diferentes, produzem seres humanos acima das leis e adeptos da liberdade do mais forte contra o mais fraco.
Daniela de Rogatis é formada em pedagogia e administração de empresas pela PUC, tem especialização em gestão de “family room” pelo Family Institute de Santa Fé, nos EUA, e participou de projetos internacionais como o 21th Century Skills for Child Education, Project Zero e o Future of Learning, de Harvard. É membro do Conselho Editorial da Americas Quaterly, publicação do Council for America, e certificada em Biologia Cultural com o Phd. Dr. Humberto Maturana, da Escuela Matriztica, do Chile.
A palestra de Daniela concentrou-se sobretudo na responsabilidade da mulher como transmissora de valores às novas gerações. “Neste início de século, em que as transformações se apresentam a cada dia com mais velocidade, lançando-nos em um cenário de ausência de referências sólidas em todos os âmbitos de nossas vidas, é primordial o debate sobre o papel da família no processo de formação dos valores que irão pautar a vida dos jovens.” Quando não se cultivam valores fica difícil se relacionar com o mundo e com os outros ou ter algo a lhes oferecer.
Segundo a educadora, apesar de o século XXI ter se anunciado como um século de incertezas e de jovens com falta de referências, permanece válido o que lhe falou sua avó: “A única herança que lhe deixo é o conhecimento que lhe pude proporcionar”. Em outras palavras, as novas gerações precisam ter acesso ao conhecimento, à Filosofia, História, Arte, Cultura – ou ao conjunto das tradições, fruto de ideias debatidas há milênios, que permitem compreender o presente e estabelecer critérios para selecionar o que absorver dessa massa colossal de informações hoje à disposição. E aí é que entram os valores: coisas que a gente quer perpetuar ou alcançar.
“Os valores serão, neste século 21, o último bastião de referência que esta nova geração terá para se posicionar na vida e desenhar o futuro para si, para sua comunidade, empresa e, neste momento, também para o nosso planeta”, afirmou Daniela. “Esta nova geração vai depender de uma base sólida de valores para poder refletir e direcionar o futuro, e neste cenário, a família e a mulher ganham papel fundamental. Eu diria que ambas têm que resgatar seu papel primordial na sociedade. Não haverá negócios fora da base da pirâmide”, agregou. “Essa é a realidade. Negócios só existem porque entregam algo de valor para os outros.”
Demonstrando firmeza em suas considerações, a educadora foi ainda mais taxativa: “Nos próximos 30 anos, em termos de educação, as mulheres terão papel crucial até quanto ao futuro da humanidade e sua relação com o planeta”. A riqueza, lembrou ela, tem a característica de tirar da pessoa seu senso de realidade, subtraindo-lhe até suas próprias habilidades, porém, quanto mais bônus, mais ônus. E contou uma historinha: “Dias destes um profissional chegou para mim e perguntou: ‘O que digo a uma criança, que ao ser repreendida por mim, me disse que podia me tratar como quisesse por ser milionária?’ Vamos refletir: de onde vem um pensamento dessa ordem em uma criança? Que tipo de educação ela está recebendo em casa? Num caso como esse eu só posso trabalhar os pais dessa criança.”
Provocando mais ainda
Daniela respondeu ainda a algumas perguntas da plateia e, finalizando o evento, Nelson Cury Filho brincou com o público: “Nosso objetivo aqui é realmente provocar. Ninguém vai sair daqui com respostas prontas. Nossa proposta é que vocês venham mergulhar com a gente num debate que engloba tudo o que foi dito aqui e muito mais. Trata-se do Grupo de Estudos Avançados-GEA da Identidade Feminina na Família Empresária, de que já lhes falei rapidamente no início.” E chamou a coach e psicóloga Adriana Netto, especialista como ele em Family Business, que, por sua vez, chamou a co-fundadora do FBFE, Ana Carolina Cury, que ajudou a formatar o GEA.
Esse programa é pioneiro e busca reunir mulheres para com elas trabalhar técnicas e ferramentas imediatas de aplicação prática para melhorar seu relacionamento com a família, a empresa e o mundo. “Antes de ser mãe, empresária ou herdeira, é importante saber quem sou eu”, começou Adriana. “Chega de pedir autorização para ser o que você quer ser. Há mulheres que têm vocação para os negócios, outras não. O GEA se propõe ajudá-la a se auto-conhecer”, convidou. E Ana Carolina completou:
“Venham, este é um grupo idealizado especialmente para mulheres ligadas ao Family Business, vai ser muito legal. Muitas vezes as escolhas sobre a carreira ou o estilo de vida da mulher, são profundamente contaminadas pelo desejo do fundador ou da cultura familiar, o que pode gerar frustração, descontentamento, acentuada depressão ou ainda doenças psicossomáticas. Frente a este contexto, é imprescindível discernir que parte de nossas ambições foram originadas no núcleo familiar, que parte tiveram como origem nossa essência”.
O GEA da Identidade Feminina começa em 4 de agosto e termina em março do ano que vem. Serão dez sessões, uma por mês e acontecem em São Paulo.
Mimos para a plateia
Em tempo: a segunda edição do FBFE Mulher em São Paulo foi possibilitada graças ao patrocínio das empresas relacionadas a seguir e foi enriquecida por elas com mimos especiais às convidadas.
A Urban Remedy, empresa de alimentos funcionais criada por Roberta Suplicy, com lojas na Rua Oscar Freire e nos shoppings Iguatemi e Higienópolis, ofertou saladinhas, sucos puros e ultra-nutritivos, snacks especiais e docinhos do bem.
Para acompanhar, a Grand Cru serviu dois diferentes vinhos: o espumante Extra Dry Rosé, da centenária vinícola italiana Terra Serena, fundada em 1881 no Veneto, a região do Prosecco; e o chileno Leyda Pinot Noir Reserva 2015, sabendo a morango maduro e chocolate amargo, da Viña Leyda, vinícola pioneira no Vale de mesmo nome.
Coroando a mesa, a Gold & Ko-The Golden Age Chocolate, de Paulo Kopenhagen Goldfinger com os filhos Chantal e Gregory, ofereceram às mulheres presentes chocolates “nutricionalmente corretos”, isto é, feitos com menos açúcar e mais cacau, a partir de receitas trazidas pelos avós de Paulo da Letônia, no começo do século XX.
Da Teresa Perez Tours, renomada agência de turismo que prepara roteiros de viagem personalizados para os seus clientes, foi sorteado um voucher com acompanhante para duas noites no Bahia Vik, requintado hotel em José Ignacio, a 40 minutos de Punta del Este, e oferecidos exemplares de sua última publicação sobre destinos místicos na Ásia.
A Audi, fabricante de automóveis cobiçados no mercado pelo elegante design e excelência tecnológica, caso do Audi SUV Q3, exposto na ocasião, também sorteou vouchers. Três, na verdade, com descontos na aquisição de veículos novos da marca.
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