Quem são os melhores líderes, os otimistas ou os pessimistas? por John Davis
Otimismo e pessimismo são traços fortes e estáveis que refletem nossas estratégias de enfrentamento. Vivemos em um mundo incerto. Para lidar com a incerteza, a maioria das pessoas basicamente supõe que as coisas vão acabar bem (os otimistas) ou mal (os pessimistas).
Então, aqui vai uma pergunta para refletir: é melhor ter um otimista ou um pessimista liderando uma organização familiar? Como vou mostrar a seguir, ambos têm características próprias que podem beneficiar um negócio, mas farão isso de maneira diferente, com objetivos diferentes.

John A. Davis
Se você é pessimista, tende a se concentrar na segurança. O pessimismo leva você a procurar e encontrar refúgios seguros, a estabelecer vantagens claras e a proteger os recursos. Quando estão pessimistas quanto à recuperação econômica, por exemplo, as famílias economizam dinheiro e as empresas constroem baús de guerra. Quando as notícias são ruins e tendem a piorar, um pessimista é o seu melhor aliado porque os pessimistas prosperam ao corrigir erros.
Para obter o máximo do pessimista na empresa familiar, os pesquisadores dizem que é preciso fornecer-lhe feedback negativo direcionado” de uma autoridade confiável. Destacar cialisfrance24.com o que deu errado ou o que é menos do que perfeito vai motivar o pessimista para inovar produtos, melhorar os planos e resolver problemas. Por esta razão, os pessimistas podem ser bons líderes operacionais. Mas os pessimistas são menos propensos a promover uma cultura de crescimento, tomada de risco e criação de riqueza.
Você é otimista?
De acordo com Jeremy Dean, um pesquisador da London College University, otimistas preferem pensar em como eles e outros podem avançar e crescer. Os otimistas também têm redes sociais maiores, resolvem os problemas cooperativamente e são mais propensos a procurar ajuda em situações difíceis. Eles fazem bons cônjuges. Pessoas com cônjuges otimistas são mais saudáveis, segundo estudo de 2014 feito por pesquisadores da Universidade de Michigan. Para energizar um otimista, o feedback positivo é absolutamente essencial, porque o otimista se baseia em conquistas incrementais e senso de movimento positivo.
Empresários, por exemplo, são muito mais propensos a ser otimistas. Se você optar por um líder de negócios otimista, provavelmente deverá combiná-lo com “testadores de realidade”, não necessariamente figuras de autoridade, aconselha o professor da Universidade da Pensilvânia, Martin Seligman, o pai da psicologia positiva.
Durante décadas, os cientistas consideraram o otimismo e o pessimismo como traços fixos com os quais nascemos. Mas no ano passado, pesquisadores de uma universidade alemã relataram que os jovens de 18 a 39 anos eram mais otimistas do que as pessoas de 40 a 64 anos, e muito mais do que as pessoas de 65 anos ou mais. Por razões que não compreendemos completamente, mas podemos apreciar, a experiência de vida transforma algumas pessoas em pessimistas. A propósito, o mesmo estudo com 40 mil pessoas também descobriu que os rabugentos vivem mais tempo. Seus cuidadores? Você adivinhou: são otimistas.
Use o poder de ambos os traços
O líder, qualquer que seja sua orientação, precisa aprender a aproveitar o poder de ambas as características. “Em uma reviravolta impressionante – escreve Annie Murphy Paul, em Psychology Today – a ciência agora vê o otimismo e o pessimismo não como perspectivas boas ou ruins com as quais você nasce, mas como mentalidades a serem adotadas quando as situações o exigirem.”
Ao testar planos estratégicos, adote o pessimismo defensivo, imaginando todas as coisas que podem dar errado no futuro. Já quando a tarefa requerer flexibilidade e as metas foram incertas, forme equipes com otimistas.
Como otimista obstinado, que foi ficando um pouco pessimista durante a vida, quero compartilhar uma conclusão importante de meus 35 anos de pesquisa de campo: planejamento e investimento efetivos a longo prazo requerem uma abordagem otimista; planejamento de contingência requer abordagem pessimista. Por que? Porque as coisas nunca saem exatamente como você quer.
Esse artigo foi publicado na HBS Working Knowledge (Nov2014),por John A. Davis. O autor é referência mundial em Family Business, professor da Harvard Business School e pioneiro no estudo sobre gestão de empresas familiares e comportamento de famílias empresárias.
Gostou do nosso post e quer saber mais sobre a gente? Inscreva-se para receber novidades!
Nenhum comentário foi deixado.