Profissionalização da empresa familiar, conheça as recomendações de Nisembaum
A empresa familiar se profissionalizou. Como lidar com os membros familiares que deixam o negócio? Aposentam-se ou assumem outras funções? Como escolher um CEO? Nelson Cury Filho, idealizador do Fórum Brasileiro da Família Empresária – FBFE formula, de forma transparente e direta, questões que em muitas vezes não são abordadas de maneira madura e que interferem diretamente nos resultados dos negócios.
Hugo Nisembaum, especialista em Talent Performance da Grant Thornton, fala sobre os desafios da profissionalização da empresa familiar e como lidar com a saída de executivos que são membros da família. Para ele, independentemente da idade da pessoa, deixar a empresa sempre é um processo delicado e deve se priorizar sua segurança, levando em consideração quais são os seus desejos profissionais, pessoais e financeiros.
Nisembaum lembra que se anos atrás algumas empresas definiram 65 anos como idade ideal para se aposentar, hoje isso é bastante questionado. E não só porque a longevidade se estendeu, mas porque a bagagem dessas pessoas não pode ser desprezada. “Eu mesmo, daqui a pouco vou fazer 70 anos, não me vejo aposentado. Quero continuar contribuindo”, afirma. “Alguém sem objetivo se deprime. Eu prefiro não ter que dar medicamento a ninguém por depressão. Faz sentido? Nós temos que dar espaço às gerações que estão saindo para que se sintam úteis no que vierem a fazer, podendo ser no âmbito da empresa ou fora dela.”
Sobre como lidar com as diferenças entre gerações, Nisembaum recorre a um exemplo pessoal, por ter trabalhado com o próprio filho. Como pai, diz que aprendeu a respeitar o jovem de pouco mais de 20 anos a partir dos resultados que este lhe trazia. É preciso haver consenso sobre aonde se quer chegar e não quanto à forma de trabalhar. “A nova geração, seguramente, vai querer que os objetivos a ser alcançados sejam mais sadios, vai querer equilibrar carreira, trabalho e vida.”
Segundo o especialista em Talent & Performance é impossível resgatar a autoestima de um filho se ele sempre foi preterido pelo pai. Autoestima é construção, leva tempo e demanda relacionamento de confiança e reconhecimento. Transparência na relação, tratamento igualitário e respeitoso constituem o tripé que garantirá futuro tranquilo à empresa familiar.
Se nenhum membro familiar quiser participar, ou não é suficientemente capacitado para gerir os negócios, e a solução for contratar um CEO, Nisembaum sugere definir-se que capacidades esse líder deve ter, os pré-requisitos para o cargo e com que equipe irá trabalhar, além de se procurar possíveis sucessores dentro da própria organização. E nunca de última hora, mas com três a cinco anos de antecedência. “Muitas vezes os talentos estão dentro da própria empresa”, ele diz.
Nisembaum afirma, também, que compartilhar a liderança dos negócios tende a ser uma prática daqui para frente. Hoje se pensa cada vez mais em liderança compartilhada, uma vez que as capacidades também são compartilhadas e complementares. E o exemplo citado por ele agora vem da Apple. “Enquanto Steve Wozniak cuidou mais de relacionamento e contextualização, Steve Jobs se ocupou de inovação e visão. As coisas se tornaram tão complexas hoje em dia que é preciso ter parceiros que nos complementem.”
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