Chris Aba, encarregado dos investimentos do banco J.P. Morgan para a América Latina falou, no 7º FBFE em Ribeirão Preto, sobre a importância da Diversificação de Investimentos para famílias investidoras. Para ele, um conceito óbvio de se entender, mas na prática, um pouco mais complicado de se implementar. Segundo Chris…
Felipe Gomez, do J.P. Morgan, discorre no FBFE Fortaleza 2022
Felipe Gomez, Client Advisor Team Lead no J.P. Morgan Private Bank (o maior banco prime do mundo) palestrou para os empresários presentes no evento do Fórum da Família Empresária, FBFE em Fortaleza sobre “a importância da diversificação global e investimentos offshore”.
Felipe Gomez abriu a palestra falando do prazer que era estar em Fortaleza, pois já tinha sido banker por lá e que estava contente em poder dividir com a plateia questões referentes a importância da diversificação de investimentos a longo prazo numa plataforma offshore.
“Já que propomos diversificação para os nossos clientes, é importante fazer a defesa do porquê do nosso posicionamento”, afirma Felipe Gomez. A primeira parte da palestra Gomez falou mais do mercado global e depois, na segunda, focou mais no mercado nacional.
Segundo eles, muitos dos nomes que figuram nas listas dos mais ricos do mundo chegaram lá por meio da concentração. Quando falamos em Jeff Bezos e Bill Gates, vemos que estão com essas ações há muito tempo. Então nos perguntamos, não é melhor concentrar para conseguirmos alcançar um patrimônio do tamanho do Bill Gates?
Para responder a essa pergunta, Felipe Gomez sugeriu aos presentes dar uns passos atrás e pensar quem seriam eles ou os semelhantes a eles. Além do mais, ao final do dia, essas empresas também são companhias bem diversificadas. Pensamos na Amazon, por exemplo, como uma ação somente, mas não podemos esquecer que ele começou vendendo livros online e hoje um dos principais negócios é a parte de nuvem, o cloud.
Mas sim, os dois tiveram sucesso.
Do outro lado vê-se Warren Buffet que sempre diversificou muito e é a pessoa mais resiliente na lista das pessoas mais ricas do mundo há 30 anos. Essa semana saiu uma notícia que Zuckerberg do Facebook perdeu recentemente 70 bilhões de dólares porque estava muito concentrado.
Já Warren Buffet, se você abrir a carteira de investimentos dele, vai ver que tem um pouco de tudo: bancos, seguradoras e até uma companhia que vende salame e ketchup (a Heinz/ Kraft). Há muitas oscilações de patrimônio na lista dos mais ricos, mas Buffet sempre se mantém presente. Segundo Buffet, em uma de suas frases célebres, “não faz muito sentido falar de diversificação para quem sabe o que está fazendo”. É natural porque ele já diversifica.
Somente 10% das maiores 3000 companhias dos Estados Unidos na bolsa de valores americana nos últimos 40 anos são consideradas mega winners ou aquelas que cresceram mais de 70% ao ano. Os mega losers são os outros 10% e no meio do caminho presume-se haver números interessantes. “Mas não; a verdade é que dois terços das companhias listadas no período não conseguiram bater os seus próprios índices”, diz Felipe Gomez.
Mais da metade das companhias que já foram listadas dentro do Russel 3000 já tiveram perdas catastróficas e nunca se recuperaram e nem conseguiram voltar para o índice.
E aí fica uma pergunta no ar, ao falar de casos óbvios como a Blockbuster e a Kodak onde a gestão não foi a mais adequada. A cada 3 de 4 companhias que foram consideradas catastróficas o foram fora da gestão, e sim por fatores que não havia como ter controle. Pode haver, do nada, aumento do preço do seu commodity.
“O avanço da Rússia em direção à Ucrânia se fez da noite para o dia e fez o preço dos commodities disparar e muitas companhias foram pegas de surpresa e vão falhar, se já não tiveram falhado”, relata Felipe Gomez.