Nelson Cury Filho abre FBFE Fortaleza 2022

No dia 21 de setembro de 2022, pela primeira vez o Fórum Brasileiro da Família Empresária – FBFE, fez um evento em Fortaleza, no Ceará que foi um grande sucesso: mais de 50 membros de famílias empresárias da região participaram do fórum.
Entre os palestrantes, figuraram o CEO da Grant Thornton, Daniel maranhão; Felipe Gomez, Client Advisor Team Lead do J.P. Morgan Private Bank; Celso Colombo, fundador da Carpa Family Office e Newton Campos, professor da IE University (Business School).
Segundo Nelson Cury Filho, fundador do Fórum Brasileiro da Família Empresária-FBFE, Fortaleza hoje é uma região muito pujante no que diz respeito ao desenvolvimento de negócios na região Nordeste do Brasil e conta com diversas famílias empresárias, tais quais M. Dias Branco (que comprou a Piraquê recentemente), Grupo Edson Queiroz, Farmácias Pague Menos e Hapvida (um dos maiores planos de saúde do Norte e Nordeste).
Os temas tratados na ocasião foram “De empresa familiar para Família Empresária”, “A importância da Governança como diferencial competitivo”, “A importância da diversificação global e investimentos offshore”, “Venda da empresa familiar e a estruturação do Family Office “e “Empreendedorismo por Aquisição: O Search Fund como ferramenta de sucessão”.
Nelson, como de costume, apresenta, por meio desses eventos, a preocupação de passar para o seu público-alvo o que há de mais relevante no universo do Family Business.
“É muito comum os acionistas focarem mais no dia a dia da empresa e deixarem um pouco de lado um olhar mais técnico para a gestão de seu patrimônio que, por vezes, se torna maior do que o negócio de origem”, conta. Segundo ele, é importante se perpetuar o legado das famílias empresárias cuidando de seu patrimônio.
“As organizações têm um ciclo de vida e podem acabar, o legado familiar não precisa acabar junto. Pode e deve prosseguir”, define ele.
Um ponto muito importante na gestão dos negócios familiares é conseguir profissionalizá-lo. É preciso adotar uma visão de longo prazo e se munir de um bocado de paciência. O Brasil não é um país fácil de se empreender porque as políticas econômicas oscilam demais com as transições governamentais, o que dificulta para o empresário ter uma cultura de pensar a longo prazo.
Todavia, é importante salientar que o Brasil é um país que anda na contramão da história. Hoje, se compararmos a economia local com a mundial, o país está se saindo melhor com queda de índices de inflação (onde só há crescimento) e PIB com viés de alta (onde se aponta viés de baixa).
“Sempre fomos uma potência adormecida”, relata Nelson, “que quando tem políticas claras que transmitem mais transparência para os empresários e investidores, se sai muito bem”, conclui.
Como recentemente muitas famílias empresárias do Ceará se tornaram líquidas ou abriram capital, a criação de Single Family Offices cresceu muito por lá, assim como o interesse pelos temas ligados a gestão de patrimônio e diversificação de investimentos.
Mais conhecido como escritório da família, o Family Office, pode, no início, ser apenas um espaço para família discutir sobre ativos, patrimônio, investimentos e educação das próximas gerações.
Quando as demandas em termos de estrutura ficarem mais complexas, exigindo a separação dos ativos não operacionais e patrimoniais do negócio, se faz necessário a criação de Holdings patrimoniais. É preciso ainda estudar os impactos fiscais de famílias que possuem filhos ou bens no exterior para não incorrer em tributações extras.
“Para isso existem instrumentos como a utilização de um Trust ou mesmo a criação de fundações. Mas, o mais comum é a criação de Holdings patrimoniais para a família ou para cada núcleo dependendo da complexidade e sofisticação dos ativos”, ensina Nelson.
Ao se criar esse tipo de estrutura jurídica, o outro passo importante é implantar sistemas de controle, centros de custos por familiar, uso em comum do patrimônio, como casa de praia, fazenda, avião, barcos, entre outros. Isso costuma dar muito trabalho para administrar e, sem regras claras, pode gerar discussões entre os familiares. É o que são chamados de serviços de concierge, ou seja, dependendo do tamanho e complexidade da família, o Family Office é mais ou menos sofisticado.
“É preciso que as famílias se alinhem pelos mesmos propósitos para que o legado se perpetue”, define Nelson. “É preciso ter orgulho de pertencer a um grupo que se fez do nada e passar esse orgulho para os que vieram depois e não vivenciaram o início”, diz.
É muito comum os fundadores terem apego ao negócio e dificuldade em delegar. Nelson gosta de citar um bom conselho que o guru do Family Office John Davis dá às famílias empresárias que o procuram:
“Para ajudar as organizações a terem êxito na sucessão familiar é preciso que seus líderes passem o bastão assim que a próxima geração estiver pronta para liderar e não quando eles estiverem prontos para sair”.
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