FBFE reúne 60 membros de empresas familiares em São Paulo
Na última quarta-feira (09/11), o Fórum Brasileiro da Família Empresária-FBFE sediou a consistente palestra de Hugo Nisembaum, especialista em Talent & Performance da Grant Thornton, quinta maior empresa de auditoria e consultoria do mundo, sobre Os Desafios na Escolha do Sucessor. Os trabalhos foram abertos por Nelson Cury Filho, fundador do FBFE, seguido de uma breve exposição do diretor do Banco Fator, Rodrigo Tonon, que tranquilizou a plateia depois da surpreendente eleição de Donald Trump à presidência dos EUA. Segundo Tonon, o discurso de vitória do norte-americano foi moderado e pouco polêmico em relação ao que vinha dizendo durante a campanha. “Assim, embora pairem incertezas, não há nada de grave previsto para o Brasil no cenário de curto prazo”, disse ele.
Nisembaum tomou a palavra a seguir. Para ele, todo processo sucessório bem resolvido resulta do equilíbrio entre razão e emoção. “O foco, daqui em diante, tem de estar na criação de uma cultura positiva. Temos de nos concentrar menos na solução de problemas e mais na busca de novas oportunidades”, afirmou o especialista para uma plateia formada por herdeiros, sucessores, acionistas e executivos-membros de famílias empresárias.
“Sucessão familiar começa em casa, quando se está educando a criança”, orientou Nisembaum. “Quando se estabelece um ambiente tranquilo, de cultura positiva, não se olha para o que falta no outro, mas para o que deve ser estimulado e cultivado, de modo que siga adiante e engajado. É preciso criar um clima propício para atrair o interesse dos membros familiares para os negócios. Proporcionar ao herdeiro formação necessária como indivíduo e como profissional. E principalmente identificar um perfil de liderança e respeitar o seu desejo de assumir. Assim se pode chegar à escolha de um sucessor e, ainda, incluir outros membros com talentos diversos – que o complementem. Isso gera boa vontade, colaboração e cooperação entre uns e outros.”
Nisembaum falou inclusive sobre a Geração Millenium. Afinal, hoje em dia é notável observar jovens herdeiros em busca de conhecimento para melhorar seus relacionamentos familiares e nas empresas. Trata-se de mudança substancial no meio empresarial brasileiro, caracterizada por três eixos identificados pelo palestrante: 1) O conceito de sucesso mudou. Se antes tinha a ver com poder, riqueza e honraria, agora requer coerência entre o que se faz, seu significado e harmonia na administração das energias entre vida e trabalho; 2) Respeito à hierarquia já não é fundamental, porque mais importante é a noção de colaboração, de fazer junto; e 3) Novas possibilidades de negócios podem ser geradas a partir das novas tecnologias. “Nada do que eu falei funciona, porém, se não forem implantadas as governanças Corporativa e Familiar”, advertiu Nisembaum.
Uma pergunta: o que tudo isso pode representar para a humanidade, avanço ou retrocesso? A resposta de Nisembaum veio com menção à neurociência, principalmente depois da eleição de Donald Trump nos EUA: “Normalmente nosso cérebro trabalha com duas possibilidades de reação: lutar ou fugir. É o instinto de sobrevivência. A eleição que vimos ontem é resultado do pessoal tentando sobreviver, mas racionalmente o resultado não é racional. Não foi essa nova geração que elegeu Trump, mas a geração maior de 45 ou 50 anos, pessoas que se sentem deslocadas e inseguras nesse novo cenário”.
Fechando o evento, Juliana Gonçalves da Fundação Dom Cabral alertou sobre a importância da capacitação da família empresária e como ela influencia diretamente nos resultados da empresa. E Roberta Zen, membro de empresa familiar e fundadora da Roda Sistema de Governança Corporativa, trouxe soluções para as empresas familiares: “A Roda GC traz uma nova forma de comunicação dentro da família, da empresa e entre a família e a empresa. Senti na pele os desafios de organizar e de me comunicar com a família, daí partiu a ideia do software e aplicativo da Roda.”
A Grand Cru harmonizou o jantar com os vinhos da Viña Koyle, projeto da família Undurraga, uma das mais importantes do setor vinícula chileno, que inovou ao implantar na produção conceitos da agricultura orgânica e biodinâmica.
A badalada agência Teresa Perez Tours sorteou diárias em um super-hotel no Havaí. Enquanto a Audi, patrocinadora oficial do evento, mimou os convidados com descontos. A BRG-Beyond Royal Group, empresa que administra e comercializa imóveis em Miami, apresentou opções de investimentos imobiliários.
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