Case Refúgio Caiman: o Legado Sustentável de Roberto Klabin
Desde a juventude, ainda nos tempos da Arcadas do Largo de São Francisco (Faculdade de Direito da USP), em 1970, Roberto Klabin dedicou-se a movimentos sócio-ambientais. Fundador dos institutos SOS Mata Atlântica (1986) e SOS Pantanal (2009), ele contou com paixão a história do Refúgio Caiman, espaço com projetos de conservação e que abriga a Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Dona Aracy.
As RPPN’s são Unidades de Conservação particulares reconhecidas pelo governo. Uma vez criadas, a área designada não pode ter o seu uso alterado e, embora o direito de propriedade se mantenha, o status de preservação permanente é perpétuo.
Na visão de Roberto Klabin, o modelo aplicado ao Refúgio Caiman é um exemplo de coordenação de três áreas que, no resultado final, entrega preservação e recuperação da natureza, lucratividade financeira e conscientização ambiental. “O Pantanal é muito mais que pecuária. É inacreditável que o potencial de ecoturismo desse bioma seja pouco desenvolvido”, lamentou Roberto Klabin.
“Após pesquisa, decidi levar para essa propriedade da família um modelo sobre um tripé: pecuária extensiva de gado, turismo ecológico de observação de fauna e projetos de recuperação da fauna”, contou.
Ele ainda revelou que o novo modelo de negócio, implantado no fim da década de 1980, já imprimia traços de responsabilidade social. A inauguração da pousada e a formação de guias turísticos para coordenar os passeios levou empregos mais qualificados para as mulheres da região. “Regra geral, poucas mulheres tinham emprego naquela região, o que começou a mudar, promovendo ascensão social”, disse.
Atualmente, o Refúgio Caiman apoia e interage com quatro projetos de preservação na fauna pantaneira: Onçafari, Instituto Arara Azul, Projeto Papagaio-Verdadeiro e o projeto Tapirapé, dedicado à pesquisa sobre as antas. “Parcerias com projetos sérios como esses são fantásticas, pois todos ganham: os biólogos e veterinários têm a exposição positiva do trabalho, a pousada atrai mais turistas com a presença do bichos e a fauna recebe proteção e meios para recuperação”, explicou.
A história do Refúgio Caiman ganhou contornos dramáticos após um incêndio florestal que consumiu cerca de 60% da área de mata do projeto, em 2019. Na sequência, a pandemia de covid-19 interrompeu as viagens e o turismo, fonte importante de recursos para o negócio.
“A solução foi reformular o modelo de hospedagem para atrair o público brasileiro, que estava desesperado para viajar em 2021. Empreendemos ações de marketing e nas mídias sociais, alcançando resultados positivos”, relatou.
Nenhum comentário foi deixado.