Case Synergos por Peggy Dulany Rockefeller
A partir de sua trajetória de vida, do trabalho social no Rio de Janeiro, na década de 1960, e da criação da Synergos Global Philanthropists Circle, Peggy Dulany foi convidada para o Family Office Summit Brazil 2022 para falar da sua experiência na condução de projetos de impacto social e na realização ações filantrópicas efetivas.
Peggy Dulany é integrante da quarta geração da família Rockefeller, a primeira a fundar um escritório familiar, ainda no século XIX. Nesse ambiente, ela nos contou que parte do patrimônio dos Rockefeller foi direcionada à realização de projetos sociais e de filantropia. E que a retribuição à sociedade apoiando o seu desenvolvimento sempre fez parte das conversas da família, inclusive na mesa dos jantares da família.
Sempre acompanhando seu pai, David Rockefeller, em viagens internacionais. Ela quis passar alguns anos estudando o Brasil, nesse período ela morou por quase 3 anos numa favela carioca conhecendo os meios de vida das populações empobrecidas e suas lutas para viver e buscar maior dignidade de vida.
“A falta de acesso aos serviços básicos – eletricidade, água, esgoto, transporte, educação – bem como acesso a uma rede de relações formam um glass ceiling* que impede o progresso sócio-econômico das famílias pobres.”
Essa experiência no Brasil foi um despertar para que a Peggy quinze anos depois decidisse abrir sua própria uma organização mundial empenhada na construção de confiança e colaboração como meios para desmantelar os sistemas que criam os problemas mais urgentes de nosso tempo, como a pobreza.
Quinze anos após ela fundar o Synergos, que vinha desenvolvendo programas focados no alívio e redução de pobreza em países críticos, Peggy e seu pai, David Rockefeller, viram, paralelamente, crescer entre famílias empresárias que iniciaram sua filantropia a necessidade de troca entre pares com um espaço de segurança para trocas e parcerias. Assim surge o Global Philanthropists Circle (GPC) de modo apoiar o aprendizado e desenvolvimento de famílias filantropas no uso mais estruturado desse mecanismo de responsabilidade social.
“A assistência band-aid (meramente assistencialista) não é a mais importante linha de ação, pois apenas alivia os sintomas. Transformações efetivas e de qualidade ocorrem quando investigamos as raízes dos problemas e agimos, o que demanda tempo, energia e dinheiro”, disse.
Ela citou casos em que comunidades carentes têm mais falta de conexões com as esferas econômica e política, de onde podem surgir as mudanças necessárias para as comunidades.
Graduada pelo Radcliffe College e com doutorado em Educação pela Universidade de Harvard, Peggy participou de mais de 30 conselhos corporativos e sem fins lucrativos, incluindo o Stone Barns Center for Food and Agriculture, o Rockefeller Brothers Fund e o Africa-America Institute.
A palestra contou com a participação de Silvia Morais, diretora da Synergos na América Latina, que abordou o histórico das iniciativas da organização no Brasil. Dois primeiros passos importantes da instituição em sua primeira fase de atuação no Brasil foram a contribuição para o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e um projeto de melhoria dos índices educacionais no estado do Pará, em conjunto com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
A partir de 2016, em sua segunda fase de atuação no Brasil e na América Latina, o Synergos tem se dedicado ao fortalecimento da filantropia na região, oferecendo serviços de estratégia e gestão, desenvolvimento e aprendizagem, viagens de aprendizado, programas sob demanda específica, como mentoria por exemplo. Também com a gestão da membresia dos integrantes do Global Philanthropists Circle na região.
“Hoje há seis famílias brasileiras e quinze latino americanas que integram essa rede global de filantropia” que conta com quase 100 famílias ao redor do mundo, afirmou Silvia.
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