No dia 25 de agosto, no Hotel Emiliano, aconteceu o Family Business Investment 2022. O evento foi feito pelo Fórum Brasileiro da Família Empresária – FBFE, plataforma multimídia de Family Business, que conecta milhares de membros de empresas familiares de todo o Brasil por meio de encontros e experiências, e cujo objetivo é promover o alinhamento entre família, propriedade e gestão.
Nelson Cury Filho, fundador do FBFE, especialista em Governança Familiar, deu início às palestras do dia diante de uma plateia lotada e agradeceu a presença de todos. Na sequência anunciou os palestrantes de peso que falariam após a sua abertura: Antonio Gonzales, Market Manager do J.P. Morgan (“a importância da diversificação global e investimento offshore”); Celso Colombo, fundador da Carpa Family Office, ( “venda da empresa familiar e estruturação do Family Office”); Lavinia Junqueira, fundadora da Junqueira Advogados (“ investindo com segurança jurídica: alternativas e boas práticas”); Raquel Lam, fundadora da Red House (“case Red House: pioneirismos e legado”); Michel Lam , CEO e fundador da Red House (também sobre “case Red House: pioneirismo e legado”) e, por fim, Daniel Maranhão, presidente da Grand Thornton (“a importância da governança como diferencial competitivo”).
Cury Filho agradeceu também aos patrocinadores J.P. Morgan Private Bank (patrocinador Master); Grant Thornton, Carpa Family Office, J Legal Team/ Junqueira e Advogados e Red House International School, que fizeram mais uma vez esse tipo de evento acontecer. O evento contou ainda com o apoio da Interfood e do Hotel Emiliano.
Nelson começou a sua palestra dando destaque ao tom que a conversa do dia deveria ter: “Hoje aqui falaremos sobre a importância da gestão do patrimônio; daremos um passo à frente com as famílias que já estão líquidas ou com aquelas que ainda estão formando um alto patrimônio”, descreveu Nelson Cury Filho.
Segundo ele, o empresário em geral se preocupa com o dia a dia da operação do negócio e acaba não olhando com a atenção devida para a gestão dos ativos patrimoniais e tudo o que diz respeito às despesas, ao alinhamento da família a maneira de capacitar as próximas gerações que vão cuidar do patrimônio futuro.
“O Brasil, na contramão do mundo, é um dos únicos países que está crescendo. As famílias empresárias têm algumas formas de fazer seu patrimônio crescer. Esse crescimento ocorre, na sua grande maioria, por meio de eventos de liquidez. Algumas famílias estão vendendo seus negócios, abrindo capital e fazendo fusões e aquisições. Há também a distribuição de dividendos das empresas que estão gerando caixa”, conta Cury Filho.
Nelson chamou a atenção também para um fenômeno que vem ocorrendo há tempos: a desbancarização aonde as famílias vão atrás de assessores financeiros para fazer o seu planejamento e aconselhamento. A ideia é fazer a gestão patrimonial de forma profissional. “Em 2022 a gestão de patrimônio aumentou 22% e já supera R$ 320 bilhões”, destaca ele. “A expectativa para 2022 é que, apesar da alta dos juros, as famílias empresárias invistam em economia real”, pondera.
Apesar da alta taxa de juros (no Brasil e nos Estados Unidos), da proximidade das eleições (que gera muita especulação e insegurança), a Guerra da Ucrânia (aumento do custo de produção e afeta commodities), o Brasil está bem mais uma vez.
Todavia os custos aumentaram muito e a realidade pós-pandêmica teve influência sobre as conexões de várias famílias. Muitas empresas sofreram processos disruptivos e tiveram padrões rompidos e muitos negócios acabaram desaparecendo. Por outro lado, houve o aumento na possibilidade de se trabalhar de forma digital, beneficiada pela revolução 4.0.
“Hoje as famílias mostram uma tendência em investir na economia real e em ações. Fundos como Privaty Equity e Venture Capital, que ninguém falava sobre há cinco anos, são muito procurados, além dos ativos imobiliários e o mercado global com diversificação, plataformas Offshores que incluem investimentos imobiliários e fundos de tecnologia”, conta Cury Filho.
Outro fenômeno que vem crescendo muito é a estruturação de Family Offices, mas ainda assim, há famílias que desconhecem sobre do que se trata.
Segundo Nelson, quando uma família parte para um evento de liquidez ou transferência de renda, há duas maneiras de se fazer dinheiro: transferência de dividendos (cash flow) para holdings patrimoniais ou a venda do negócio.
“Para se estruturar um Family Office é necessário ter no mínimo R$ 500 milhões de aporte, mas acima de tudo é preciso saber qual a motivação da família para fazer esse investimento que pode ser de curto, médio e longo prazo”, ensina Nelson Cury Filho.
Segundo ele, deve-se previr se o investimento está sendo feito para gerar qualidade de vida, reinvestir em novos negócios, se serão criadas metas relacionadas a educação para as gerações futuras e quais seriam valores e os objetivos filantrópicos, entre outros.
Nelson deu destaque ao fato de hoje 33 milhões de brasileiros estarem passando fome e que embora o evento discorra sobre riqueza, o empresariado precisará criar impactos positivos para a sociedade e não apenas usufruir da riqueza. “Precisamos dar o giveback, retribuir para a sociedade em forma de impacto e cuidado com o meio ambiente”, diz Cury Filho.
Ainda sobre o Family Business ou a criação de Family Offices Nelson provocou a plateia com vários questionamentos para fazê-los pensar: “Faz sentido ter uma estrutura própria, é melhor terceirizar? Os ativos devem ser mantidos na pessoa física, jurídica ou nas holdings? O pessoal do agronegócio tem muita coisa na pessoa física por questões fiscais, mas como fica essa vantagem quando é preciso pensar a sucessão? Torna-se desvantagem? Como fica a antecipação de herança? O usufruto? O pagamento de ITCMD? Como deve ser o estilo de vida de famílias de alto patrimônio? Deve-se profissionalizar a gestão do uso de seus passivos como helicóptero, lancha, casa de praia? As famílias devem impactar quem as rodeia?
Segundo ele é necessário imaginar a família 10 anos à frente. Quem vai assumir? A geração antiga, a nova?
Nelson que é especialista em ajudar famílias a estruturarem seus Family Offices diz que antes de qualquer coisa deve ser questionada a união da família e se essa união é pautada pelos valores familiares ou somente pelo dinheiro. Se a resposta for por dinheiro, com certeza elas se pulverizarão e se dissolverão lá na frente. Segundo John Davis, guru do Family Business, “os negócios vêm e vão; famílias empreendedoras podem durar gerações se estiverem conectadas por valores. Manter o ímpeto da família e aumentar seus ativos são as verdadeiras medidas do sucesso de uma geração para a outra”.
Para que as famílias continuem unidas é preciso implantar governança, criar regras, conselhos e políticas que ajudem no processo de tomada de decisões, criem transparência, valores e diminuam os ruídos. “As brigas são essencialmente por pequenas picuinhas”, confidencia Nelson Cury Filho.
Como já dizia Warrem Buffet: “Não coloquem todos os ovos na mesma cesta”. Diversifique. É necessário investir no desenvolvimento de talentos. Sem isso, a empresa morre”.
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