Empresa familiar pode ganhar muito com psicodinâmica em negócios
Quem garante é Luiz Fernando Garcia, psicoterapeuta, empresário, escritor e especialista em Desenvolvimento Humano e Psicodinâmica em Negócios. Know how é o que não lhe falta para fazer tal afirmação. Ele é criador de mais de 50 metodologias de treinamento, a maioria destinada à formação e capacitação em negócios e liderança, algumas das quais elaboradas https://www.viagrapascherfr.com/acheter-viagra-pas-cher-chine/ especialmente para o Sebrae até 2007, e é autor dos seguintes livros: Pessoas de Resultado (2003), Gente que Faz (2006), O Inconsciente na sua Vida Profissional (2008), Empresários no Divã (2012), Cérebro de Alta Performance (2013) e Mente, Gestão e Resultados (2013).
O empresário desenvolveu, com base na integração do conhecimento proveniente de áreas como psicologia, administração de empresas, economia e antropologia, aliado à técnica da psicoterapia de grupo, o método do GD-Grupo Dirigido de Psicodinâmica em Negócios. O combinado, que vem aplicando com sucesso ao universo empresarial nos últimos 13 anos, contribui para o surgimento de soluções inovadoras e ao mesmo tempo mais funcionais para as empresas familiares, levando os negócios à longevidade.
Até hoje já passaram por Luiz Fernando 1.630 empresários, estando sua empresa, a Cogni MGR-Mente, Gestão, Resultados na coordenação do 55º GD. “Atualmente opero dez grupos, sendo dois em Florianópolis e os demais em São Paulo”, contabiliza. O objetivo do GD é fazer com que membros familiares executivos, imersos em um ambiente de absoluto anonimato, entendam sua própria mente, passem a mudar suas atitudes e as atitudes dos funcionários e, consequentemente, melhorem o desempenho/lucro de suas empresas.
Luiz Fernando Garcia, hoje com 48 anos, começou a trabalhar muito cedo, ainda na adolescência. Sua trajetória inclui passagem por 16 empresas, sendo duas multinacionais. “Fui responsável pelo lançamento dos chocolates Smash, da Nestlé, no Brasil, e cheguei a ser eleito ‘homem de vendas’ do Grupo Akzo Nobel, produtor das tintas Wanda”, conta. Tornou-se franqueado do Grupo Pakalolo no Brasil, sendo proprietário de uma rede de lojas de varejo, algumas Pakalolo e outras BoDy for Shoes, uma das bandeiras da marca. E com o tempo montou sua própria marca, a Body Plus, tendo por sócio um cunhado.
Uma importante etapa vivenciada por Luiz Fernando dos 22 para os 23 anos foi sua imersão no Empretec, programa desenvolvido pela empresa MSI-Management System International, de Washington, sob demanda da Organização das Nações Unidas-ONU, para capacitar empreendedores em países do terceiro mundo. “Participei do quarto curso dado aqui no Brasil, em Porto Alegre. Aprendi muito, mas também percebi que os instrutores eram muito acadêmicos, sem conhecimento da prática operacional. Como me entusiasmei pela coisa, decidi me candidatar como trainee para aplicar o programa, e deu certo. Cheguei a fazer 102 aplicações dele.”
O momento em que Luiz Fernando conhecia o Empretec coincidiu, no entanto, com um grande estresse em sua vida. O pai viajara para receber um prêmio como funcionário da Glasulit, mas no caminho de volta sofrera um grave acidente, vindo a falecer. “Sabe aquela coisa fatal, o contrário de uma doença terminal que prepara a gente para a morte? Foi assim, fulminante com meu pai. Com o passar do tempo, minha mãe se ‘desfuncionalizou’ pelo jogo do bingo e entrou numa compulsão severa”, revela. “Fiquei órfão de pai e não tinha a menor ideia de como lidar com as questões de casa. Ela roubava cheques, e eu, como primogênito, tinha que manter meus dois irmãos.”
Em busca de entender o que estava acontecendo e de aprender como lidar com a situação, Luiz Fernando ingressou em dois grupos de Compulsivos Anônimos na USP. “Um deles tinha mais mulheres, mas os dois reuniam de adictos de álcool e cocaína a adictos de jogos. Aí a psicologia me mordeu de vez. E eu, que já fazia Administração de Empresas, resolvi estudar psicologia também”, recorda ele, que logo após a morte do pai se submetera à psicanálise por dois anos.
No ano 2000, em consequência do sucesso alcançado com a aplicação do programa Empretec, Luiz Fernando foi convidado a instalar a transversalidade do empreendedorismo no Brasil junto com a equipe do então ministro da Educação, Paulo Renato. Por esse trabalho receberam formação em Psicologia do Empreendedorismo cerca de 12.700 agentes de ensino em todo o país. “Minha vida inteira me envolvi com empresários e suas dificuldades psicológicas”, diz. “O que me levou a construir métodos de treinamento voltados ao desenvolvimento da mente de líderes e empresários.”
Segundo Luiz Fernando, com Freud os empresários aprendem a reconhecer os mecanismos de defesa, o processo transferencial e contra-transferencial em relações com sócios, empresa familiar, colaboradores, líderes e liderados. “São os mecanismos mais presentes em negociações, em momentos de ansiedade e situações de mudança, como uma fusão de empresas ou a inclusão de um novo procedimento ou novidade que interfira no ‘corpo’ dos colaboradores.” Já a teoria dos tipos psicológicos formulada por Jung facilita muito ao empresário tomar decisões quanto a mudanças de equipes, processos seletivos, triagens, realocação de cargos e reavaliação da própria função que ele tem dentro da empresa. “Lacan, por sua vez, permite compreender o processo de castração, algo inerente à mudança e ao desenvolvimento, que são traduções teóricas de estruturas de personalidade e a castração, entre a primeira e a segunda infâncias.”
Há alguns anos a antiga empresa de Luiz Fernando, a Render Capacitação, foi repaginada e deu origem à Cogni. Esta se especializou em atender donos de negócios e corporações. Para os primeiros, cada GD chega a reunir de 27 a 33 empresários em sessões comandadas pelo próprio psicólogo e com uma garantia: “Psicopatas não entram nos grupos. Por meio de testes específicos consigo separar os perversos. Mas isso não impede que se cruze com pelo menos 16 deles ao longo da vida.”
Conforme o psicoterapeuta, os psicopatas são articulados, persuasivos e eloquentes. Lideram, mas não colocam a mão na massa em são incapazes de seguir métodos e regras. Não têm superego, ou seja, não sentem culpa. Nos relacionamentos são superficiais. Criam problemas por onde passam para vender facilidades e coordenar a busca por soluções, garantindo sempre estar por cima. Tem gente assim no ambiente de trabalho e também nas famílias empresárias. “É dado estatístico”, garante Luiz Fernando. “2% da população mundial é constituída de psicopatas, e em geral eles estão no poder. Os psicopatas estão entre nós”.
À parte as psicopatias, os GD na Cogni são formados em sua maioria por empresários, líderes, presidentes e pessoas que lidam com negócios. Durante 15 meses são realizados encontros quinzenais com seis horas de duração e mais 60 horas de atividades extras, concluindo um total de 304 horas de capacitação. O objetivo é proporcionar ao participante uma visão clara e realista de si mesmo e de seu negócio, do momento atual e do futuro de sua empresa, orientando planos de ação pontuais com resultados mensuráveis, para que estes possam ser redirecionados se necessário. O desenvolvimento do participante se dá por meio do aprimoramento do comportamento do empresário no papel de líder, conscientizando-o de suas competências e dificuldades.
Dentre os seus livros (todos lançados pela Editora Gente), Luiz Fernando Garcia recomenda para as famílias empresárias a leitura de Empresários no Divã. Já para as gerações que estão chegando às empresas familiares, sua indicação vai especificamente para dois títulos: Pessoas de Resultado e Cérebro de Alta Performance. “Eles ajudam os iniciantes no mundo dos negócios a serem mais funcionais e a atuarem com menos ranço familiar”, na opinião do psicoterapeuta.
E você, concorda que saber lidar com pessoas é fundamental para o crescimento da empresa e equilíbrio da família? Deixe seu comentário!
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