Cenário Macroeconômico 2022 por J.P. Morgan

Diretora executiva do J.P. Morgan aponta números positivos para 2022 e analisa os impactos da PEC da Transição para o futuro da economia brasileira
Mesmo com 17 anos de trabalho no J.P. Morgan Private – com atuação em cobertura de empresas, asset management e hedge fund -, a diretora executiva da instituição financeira no Brasil, Carolina Pires, considerou um desafio levar para o Family Office Summit Brazil 2022 uma análise com recorte otimista. Ela foi uma das palestrantes da 4ª edição do evento, realizado no dia 21 de novembro, no Hotel Emiliano, em São Paulo, e que reuniu 30 single family offices.
Partindo de uma releitura do ano que está próximo de acabar, a executiva relembrou que as expectativas para 2022 eram negativas: “Começamos o ano com projeções de inflação alta, crescimento baixo do PIB e apreensão com o cenário de juros. No cenário internacional, para citar apenas um evento, tivemos a guerra da Rússia com a Ucrânia”.
Todavia, continuou a especialista, o Brasil “tirou da cartola” medidas interessantes para controlar a escalada da inflação. “Além das medidas tradicionais de política monetária, tivemos um tratamento tributário diferenciado – ICMS, Pis/Cofins – para aliviar a pressão inflacionária, o que funcionou”, afirmou.
Para completar, 2022 vai entregar um crescimento “bastante resiliente”, entre 2,5% e 3%. Realidade bastante diferente da previsão de crescimento negativo da economia, que era apontada pelo mercado no início do ano.
Olhando para o futuro, Carolina Pires sustentou que, independente do governante eleito, o mercado já previa a movimentação de equipes de transição para a aprovação de uma emenda constitucional pertinente ao orçamento público. O ponto é acomodar uma parcela de R$ 100 bilhões de déficit nas contas para atender necessidades sociais, explicou.
“Mas o que estamos ouvindo está diferente da expectativa. Os números propostos se aproximam de R$ 200 bilhões, com prazo mais longo, o que traz apreensão sobre a sustentabilidade do endividamento público, dada a frágil situação fiscal do Brasil”, alertou Carolina Pires.
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