Miguel Nisembaum é diretor da empresa Mapa de Talentos, executive master em liderança positiva e especialista em talento e performance. Sua palestra no FBFE Mulher 2021 foi sobre o tema “Bem-estar, Equidade & Alta Performance” e ele mostrou como todos esses conceitos estão interligados.
Miguel Nisembaum afirma que quando há espaço para manifestação de bem-estar, quando as pessoas se sentem bem e há segurança psicológica dentro da organização para diferentes perspectivas e backgrounds, os resultados vêm mais rápido. Essa premissa é comprovada cientificamente por dados de pesquisa.
Empregando a psicologia positiva, pensando em ambientes onde as pessoas sentem emoções positivas, elas acabam tendo mais resiliência e recursos para poder encarar situações adversas como as que estamos vivendo hoje em dia.
Miguel Niembaum cita a teoria do olho do furacão, onde a sua parte mais calma, é a interna. É sabido que as incertezas aparecem por não sabermos do que vem de fora. Ninguém imaginou há dois anos que estaríamos vivendo esse momento terrível. A questão de construir uma rede de confiança com um apoio de bem-estar interno, mesmo numa situação adversa, é importante.
Não pode haver bem-estar se os diferentes grupos que fazem parte da sociedade não estiverem presentes. É preciso haver igualdade de oportunidades e de tratamento para que as pessoas possam se manifestar da melhor maneira. O ideal é fomentarmos que cada um dê o que há de melhor de si para contribuir na construção de uma organização de alta performance. Desta forma, é possível haver espaço para que esta aconteça de forma sustentável, evitando os burns-outs, exacerbados hoje pela pandemia.
Não é que uma coisa anule a outra, mas a orientação só voltada ao lucro tem de migrar para a questão do propósito e isso precisa acontecer desde o acionista até o funcionário. Há organizações que já não fazem determinado tipo de negócios, pois priorizam a preservação do meio-ambiente, por exemplo. Afinal, há fundos de investimentos que vão olhar se a empresa trata bem a questão da equidade, e isso gera valor à empresa.
“É necessário trabalhar com um capitalismo consciente. Não é mais só o lucro pelo lucro, há de se gerar bem estar para a cadeia inteira. Hoje, por conta da pandemia, trabalhamos em rede, com pessoas que nem sequer tomamos um único café juntos”, destaca Miguel Nisembaum.
A liderança distribuída em todos os níveis da organização, traz mais vantagens para todos. Como por exemplo, a autonomia em dar respostas mais rápidas para a solução de problemas. Não se trabalha mais com soluções top down, de cima para baixo, e sim com soluções conjuntas.
As equipes devem ser estruturadas dessa maneira e a liderança deve ser uma rede fluída, não engessada, hierárquica. A liderança saiu do comando e controle para dar poder aos subordinados. Dar espaço para as pessoas. Dar oportunidades e recursos para que as pessoas se desenvolvam dentro das organizações, que começam a trabalhar de maneira mais horizontal. A ideia de perfil ideal de pessoa ou líder perfeito, deixa de existir. E as pessoas de diferentes experiências e idades, passam a trabalhar juntas.
“O planejamento não deixa de existir, mas as empresas dão mais espaço para as experimentações, testes, manifestações de coisas novas. Isso vale também para a questão de equidade e transparência. Hoje as empresas são bem mais transparentes do que já foram no passado. As coisas ficaram mais evidentes. Um escândalo dentro de uma organização tem muito mais impacto hoje do que tinha no passado” afirma Miguel Nisembaum.
Atualmente, para se gerar uma sociedade onde as organizações se perpetuem, é necessário migrar para esse caminho. Mas afinal, onde entra a Psicologia Positiva nesse cenário? Como vivenciar uma rotina corporativa mais saudável, funcional, ética, honesta e lucrativa?
Uma organização positiva é inclusiva. E além disso, para gerar lucro e se manter competitiva, deve-se investir esforços sistemáticos e intencionais para maximizar o bem-estar e a produtividade dos colaboradores. Deve oferecer oportunidades equitativas para o desenvolvimento de carreiras, além de incentivar o equilíbrio entre o trabalho e a vida privada. E também promover uma cultura de trabalho que seja sustentável.
Mas afinal qual o papel das mulheres na construção de uma cultura positiva? Segundo uma pesquisa da McKinsey(2020), as mulheres quando chegam a um cargo de liderança são mais propensas a adotar políticas mais amigáveis ao bem-estar do colaborador, que visam a igualdade. Outro dado importante, é que mulheres em nível sênior, tomam posições públicas a favor da equidade de gênero e racial, e são mais propensas a orientar e patrocinar outras mulheres. Isso é um pilar importante para sustentar uma cultura de bem-estar.
Falando de resultados, as empresas que têm maior representatividade, podem vir a ter lucro e performance acionárias até 50% superiores às outras companhias. E passando para o caso da diversidade étnica e cultural, podem superar as concorrentes em até 36% em rentabilidade. “O fato de dar espaço para as pessoas se manifestarem em um ambiente de cultura positiva, traz prosperidade para as organizações e para o próprio colaborador”, finaliza Miguel Nisembaum da Mapa de Talentos.
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