Conselho familiar: o que é e por que começar agora?
Diferente de entidades em que seus componentes possuem relações estritamente profissionais, as empresas familiares necessitam de um pouco mais de atenção na mediação de conflitos entre os parentes que cuidam de sua gestão. Choque de interesses entre irmãos, decisões opostas entre pais e filhos e patrimônio ameaçado por divórcio são apenas alguns dos obstáculos que podem ser encontrados no caminho de uma organização gerida por uma família. Porém, existe uma ferramenta administrativa que pode ser implantada na empresa para resolver questões como essas: o conselho familiar.
Saiba o que é e veja por que você precisa instituir um na sua empresa familiar:
O que é conselho familiar?
O conselho familiar consiste em reuniões e fóruns periódicos entre os membros do clã para colocar em pauta os assuntos que cercam a família e interferem na gestão da empresa. Não se trata de uma série de imposições unilaterais por uma determinada geração, mas uma conversa para que, no fim, todos sintam-se inclusos no processo decisório e a empresa esteja alinhada com suas metas.
Objetivos de um conselho familiar
O principal objetivo de um conselho familiar é limitar os conflitos pessoais a esse ambiente e garantir que a atuação da empresa corra sem interferências internas. Outras preocupações inerentes a essa reunião são o processo sucessório e programas de formação e treinamento de herdeiros, blindagem patrimonial, apoio disciplinar para os negócios familiares e representação da família perante os demais conselhos administrativos que compõem a empresa.
Quem deve fazer um conselho familiar?
A implantação de um conselho familiar é ideal (e primordial) em médias e grandes empresas cuja administração envolva familiares em seus mais variados graus de parentesco. Segundo uma pesquisa do IBGE, em 100 empresas geridas por família, 30 alcançam a segunda geração e apenas 5 conseguem chegar à terceira. São dados preocupantes que mostram a necessidade urgente da prática do conselho familiar para a sobrevivência do negócio.
Existem cenários comuns que precisam ser evitados em prol da perenidade do empreendimento. É normal um filho antenado com o mercado, mas frustrado com a administração resistente do pai, que não atualiza seu modelo de gestão em meio a um novo cenário econômico. Do outro lado, um pai não consegue se aposentar, pois não vê o filho preparado para assumir os negócios. Casos conjugais também são obstáculos corriqueiros aos negócios de família, quando uma separação judicial, por exemplo, ameaça o patrimônio do grupo.
As situações descritas põem em risco o esforço empenhado para a sustentação do negócio da família, mas reuniões habituais administradas por um conselho familiar certamente podem resolver essas questões.
Como funciona um conselho familiar?
Por meio de reuniões periódicas, preferencialmente mediadas por consultores administrativos independentes, a gestão familiar é discutida e o foco fica naquelas decisões que são realmente boas para a empresa — e não para o ego dos membros da família. Os problemas serão solucionados de forma pacífica e amigável, sem interferir no fluxo das atividades empresariais. A análise financeira e de investimentos também é um item importante e que deve ser discutido nas reuniões dos conselhos familiares.
Sua empresa já tem um conselho familiar? Essa prática tem funcionado para a sua gestão? Deixe um comentário e compartilhe suas histórias e suas dúvidas conosco!
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