Faena São Paulo recebeu no último dia 18, os participantes do Family Business Investment Summit 2024, realizado pelo Fórum Brasileiro da Família Empresária, puderam verificar in loco os diferenciais da rede que chegou ao Brasil. O empreendimento imobiliário, que abrange residências internacionais, hotel e art center, representa um marco no skyline de São Paulo, ocupando um terreno de aproximadamente 20 mil metros quadrados, a 300 metros da Faria Lima, com unidades de 300 a 1.000m2.
Os Family Offices presentes no Fórum puderam verificar que as origens do empreendimento são familiares. O empreendimento é resultado da soma de esforços das empresas de origens familiares Faena, Even e Malzoni.
Em sua palestra, Leandro Melnick, Presidente e membro do Conselho da Melnick Desenvolvimento Imobiliário e membro do Conselho da Even Construtora e Incorporadora, detalhou o histórico da Even e os passos da construção do Faena São Paulo.
Essa história de empreendedorismo familiar teve início em Porto Alegre (RS), em 1970, quando o pai de Leandro fundou, juntamente com um sócio, a Melco, uma construtora pequena. Depois de 20 anos, a sociedade foi dividida, dando origem à Melnick. A segunda geração da família, incluindo Leandro, entrou na empresa e passou a focar em empreendimentos de alto padrão na região Sul do país.
Quando, em 2007, houve uma onda de IPOs no setor, a Melnick, que já havia crescido bastante regionalmente, fez uma parceria com a Even, uma das empresas em expansão, dando origem à Melnick Even. “Queríamos ter, desta parceria, a condução integral do dia a dia da companhia, o que não era usual naquele momento nessas parcerias de empresas familiares menores com as empresas que tinham aberto capital. E conseguimos construir essa relação com a Even”, lembra Leandro.
A história do Faena São Paulo tem muito do histórico da Even. Quando veio trabalhar em São Paulo, Leandro passava sempre ao lado do terreno próximo à Avenida Faria Lima, onde mais tarde seria lançado o empreendimento. O terreno pertencia à família Malzoni. “Nós nos aproximamos dos Malzoni e começamos a conversar e formamos uma relação de confiança”, disse Leandro. Foi realizada, então, aproximação semelhante com Alan Faena, na Argentina. “O início desse negócio aqui se deu graças à confiança que foi estabelecida para entregar um sonho, um projeto diferente entre famílias”, destacou Leandro.
Macio B. Moraes, que ocupa o cargo de CEO da Even Construtora e Incorporadora há mais de um ano, possui uma trajetória profissional marcada pelo empreendedorismo e pela solidez das bases familiares nos negócios. Durante sua palestra no Family Business Investment Summit 2024, Moraes revisitou a história da RFM, empresa que cofundou, e destacou suas experiências positivas na Even desde sua jornada como membro do Conselho de Administração da Even até o momento atual.
Ele fundou a construtora RFM há 45 anos, aos 19 anos, motivado pelo desejo de trilhar seu próprio caminho. “Meu pai atuava na área de turismo, com aluguel de navios. Passei minha infância dentro de navios, mas a minha área sempre foi engenharia”, afirmou. Junto com um amigo, ainda sem concluir a faculdade, fundou a construtora. “Nunca havíamos feito uma obra”, lembra. “O nosso primeiro trabalho foi construir a guarita da casa do Ermírio de Moraes, perto do Clube Paineiras”, recorda-se. “A partir daí, fizemos de tudo.”
Nessa trajetória, sempre focada em empreendimentos de alto padrão, a RFM construiu, no início, mais de 250 casas para terceiros. “Mais tarde, montamos uma incorporadora. Seguimos crescendo nessa área e entramos na área de hotelaria de luxo, até porque eu tinha uma veia no turismo”, disse Moraes. Nessa nova frente de atuação, a RFM construiu o Txai Itacaré e o Club Méditerranée Trancoso, ambos resorts de alto padrão no litoral da Bahia.
Após essas experiências, Moraes decidiu, em 2007, abrir uma empresa de turismo greenfield. Com um plano de negócios na pasta e com o suporte do Crédit Suisse, ele percorreu o mundo apresentando o seu projeto. O resultado do périplo foi a captação de US$ 500 milhões para investimentos em turismo no Brasil.
Entre 2007 e 2008, com a crise financeira internacional, a empresa decidiu mudar seu perfil, orientando-se mais para hotéis urbanos. Surgiu, então, o Brazilian Hospitality Group, com a marca Golden Tulip. “Chegamos a ter 60 hotéis”, lembra ele. Mais tarde, a companhia foi vendida.
Moraes voltou, então, às suas origens: incorporação e construção no nicho de alto padrão “para não competir com os grandes”. O foco foi mantido na construção de empreendimentos de alto padrão, evitando competir com grandes empresas. A RFM desenvolveu vários empreendimentos nos Jardins, em São Paulo. “Quando lançamos um fundo, uma das famílias da Even investiu em nossos projetos e, impressionada com nossa organização, nos convidou para uma associação”, explicou. A joint venture previa que a RFM seria responsável pela incorporação de produtos de altíssimo padrão em terrenos até 2 mil metros quadrados, enquanto áreas maiores seriam incorporadas pela Even.
Essa parceria levou ao convite para que Moraes assumisse o cargo de CEO na Even, o que ele viu como uma oportunidade de sucessão na RFM, permitindo que seu filho assumisse a empresa. “Aceitei o convite e me tornei sócio, comandando uma empresa de essência familiar e de capital aberto. A empresa está numa fase muito boa. “Vamos entregar o quinto trimestre seguido com lucro.”
A chegada de Moraes à Even se deu a tempo de que ele se engajasse nos esforços visando levar adiante o projeto Faena São Paulo, o complexo multiuso de ultraluxo situado nas proximidades da Avenida Faria Lima, no coração financeiro da capital paulista. O projeto, que foi concebido pela Even, envolveu também a família Malzoni, dona do cobiçado terreno onde será erguido o empreendimento, e a família Faena, destaque internacional em hotelaria de alto luxo, resultando em um projeto de mais de R$ 3Bi de VGV, que promete ser um marco na história da arquitetura e urbanismo na cidade de São Paulo.
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