Mariana Voigt Schwartz, acionista da WEG, apresenta case

Representante da terceira geração da empresa familiar WEG, fundada pelo seu avô e mais dois sócios em 1961, Mariana Voigt Schwartz coordena o Conselho de Família da WPA, a holding que detém 50,1% das ações da multinacional WEG, especializada na fabricação e comercialização de motores elétricos, geradores, transformadores e tintas. A empresa tem valor de mercado de R$ 150 bilhões.

 

Criado em 2002, o Conselho de Família da WPA tem a responsabilidade de resguardar o Acordo de Acionistas, escrito em 1978, cujos objetivos são estabelecer uma comunicação entre a empresa e os membros das famílias através de atividades que fortaleçam os vínculos.

“A família transcende o negócio. Nesse sentido, promovemos a disseminação de princípios e valores, e é aí que mora a parte mais rica da cultura familiar. Planejamos ações de filantropia e impacto social. Temos também uma casa de campo, um ótimo laboratório para tomada de pequenas decisões”. Ela contou que há um projeto também de lançar um livro e produzir um protocolo de família da holding WPA.

Na apresentação do “Case WPA: Preservar memórias para construir o futuro”, durante o Family Office Summit Brasil 2023, promovido pelo Fórum Brasileiro da Família Empresária (FBFE), dia 23 de outubro, Mariana contou “Antes eram quatro reuniões ao ano, mas percebemos que assim perdíamos o ritmo de trabalho. Hoje, as reuniões são mensais. Além disso, conversamos por aplicativos semanalmente, então o contato ficou muito mais intenso”.

Preservação do legado

O Conselho de Família desenvolve um trabalho de capacitação específica com cada faixa etária dos mais de 90 membros das três famílias controladoras da WEG: Werninghaus, Voigt e Silva.

“Com uma quarta geração familiar em vista (0 a 16 anos), é imprescindível o cuidado em ensinar a história da empresa, além de transmitir o legado dos fundadores”, explicou Mariana, que concilia as suas atividades no Conselho da Família da WPA com a profissão de arquiteta de interiores e retrofit de prédios na região central de Florianópolis, onde mora.

Cabe ao Conselho, disse Mariana, respeitar os diferentes perfis vocacionais dos familiares. “Temos na família artistas plásticos, dentistas, arquitetos; isso sempre foi uma característica nossa. As pessoas seguem a sua vocação e são muito bem-vindas para trabalhar na empresa – se tiverem condições”, explicou.

O Conselho é formado por dois membros indicados por cada holding, respeitando o princípio tripartite, e todos podem ser da terceira geração das famílias fundadoras.

Reconhecida pela sua cultura organizacional, treinamentos e capacitação de recursos humanos e inovação, a WEG está presente em 15 países, onde trabalham cerca de 40 mil pessoas. Ao longo das décadas a empresa se desenvolveu mantendo uma estrutura familiar coesa, sustentada pelo conjunto de valores e crenças dos três fundadores.

“A cultura da empresa reverencia a palavra tripartite, justamente por serem três famílias fundadoras, cada com 33,33% de participação. Sempre houve consenso entre os fundadores, e isso é inspirador para nós, das gerações seguintes”, destacou Mariana no Family Office Summit Brazil 2023.

Novos talentos

Um dos trabalhos desenvolvidos, segundo Mariana, é identificar possíveis novas lideranças entre os familiares (cônjuges e consanguíneos), de modo a garantir como legado uma cultura de preservação histórica e pertencimento. O objetivo é procurar novos membros que tenham potencial para ocupar as cadeiras nas estruturas de governança.

Os mais jovens também participam. Há o programa finanças voltado para as crianças. “Esse grupo é que tem mais diversidades, porque são familiares que moram em diferentes partes do mundo”, explica.

Para 2024, estão previstos novos programas de desenvolvimento de acionistas, com ciclos profissionais de capacitação para aprimorar o desenvolvimento de acionistas.