Coaching ao encontro de si mesmo: Histórias do Mundo Corporativo e das Empresas Familiares.
Olá,
Sou Adriana Netto, psicóloga pela USP, coach de herdeiros e professora da Fundação Dom Cabral. O assunto Family Business sempre me fascinou e quando fui convidada para escrever para o blog do Fórum Brasileiro da Família Empresária – FBFE, não me veio a cabeça se não dividir com vocês algumas das minha experiências, compiladas em meu mais novo livro “Coaching – ao encontro de si mesmo.Histórias do Mundo Corporativo e das Empresas Familiares”.
Neste livro, revivi minha trajetória profissional, dei contornos à minha história, à metodologia construída durante anos. Resgatei histórias vividas ao lado de profissionais com os quais tive o privilégio de trabalhar. São experiências que deixaram marcas, que se valem como contos, causos, enredos, roteiros. Marcaram para sempre a minha vida e as dos envolvidos, e servem de inspiração para quem não as viveu.
Quero agora apresentar uma situação na qual o aspecto profissional se confunde ainda mais com o pessoal. Refiro-me ao universo das empresas familiares, nas quais muitas vezes o familiar é também funcionário. Pais, irmãos, primos, tios e sobrinhos trabalhando juntos. Com isso, quando procuram o processo de coaching, é inevitável tratarmos dessas relações.
Herdeiros de empresas familiares – Lutem para não ter sua história danificada ou roubada, para não serem meros coadjuvantes de sua própria vida!
Em 2004 fui apresentada a esse novo mundo. E três fatos ocorreram muito proximamente. Por obra do acaso, comecei a conviver com uma família paulista quatrocentona. O avô fizera fortuna, mas o filho dele tinha esbanjado e dilapidado o patrimônio. Os netos nasceram com fama de ricos e conta bancária de classe média.
O avô, imigrante italiano fugido da guerra, viera tentar a sorte no Brasil. Deixara tudo para trás: patrimônio e família. Comprou um pedaço de terra no interior de São Paulo. Após alguns anos, tornou-se próspero produtor de café. Casou-se e teve seis filhos, um homem e cinco mulheres. Estes foram criados com tudo do bom e do melhor. O menino foi estudar na Europa, ter uma educação de Primeiro Mundo. Recebia uma boa mesada e frequentava os melhores lugares de Paris.
Pegou gosto pela vida noturna. Voltou para o Brasil, direto de Paris para São Carlos do Pinhal. Da vida de glamour para os cafezais. Aqui chegando, seu pai começou a prepará-lo para, um dia, assumir a fazenda. Ele, de fato, se esforçou para atender às expectativas paternas. Tentativa em vão, pois não tinha o menor talento para fazendeiro. Sentia falta da boemia, mas não era mais um jovem estudante morando em outro continente com a única preocupação de se divertir. Passou o restante da vida sem entusiasmo, sem realizações e sem propósito para viver. Como uma forma de anestesiar suas infelicidades e angústia, apegou-se à bebida e ao cigarro. Morreu de cirrose.
Quase em seguida, naquele mesmo ano, fui procurada por um herdeiro de uma grande empresa do setor de cosméticos para reverter um projeto iniciado sem sucesso por uma consultoria especializada em governança corporativa. O desafio seria retomar a preparação de um grupo de primos para, no futuro, tomarem decisões como acionistas da empresa da família. Uma coisa é o bom convívio social, outra, bem diferente, o relacionamento como sócios. A princípio a demanda era trabalhar as competências corporativas. Quando cheguei, percebi ser outra a necessidade: era preciso construir a identidade do grupo. No trabalho anterior, havia sido constituído um conselho de herdeiros com a argumentação de ser esta uma das boas práticas do mercado. Traduzindo: estava na moda. Ao final do projeto, contavam com um longo estatuto regrando o funcionamento desse comitê. No meu en- tender, se o objetivo for fazer dar certo, ou seja, permitir a incorporação dessas regras estabelecidas no seu cotidiano, é fundamental que sejam definidas em conjunto.
(…)
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