Silvia Furmanovich se tornou referência em alta joalheria desde o lançamento da sua marca há mais de 15 anos. As peças artesanais sofisticadas da sua marca são feitas com técnicas antigas altamente meticulosas. Uma combinação do artesanato aprendido com o pai de Silvia, que era ourives e a sua própria paixão pela cultura ao redor do mundo, pelo mundo natural, cores, viagens e moda.
O início da marca foi no ano 2000. Silvia Furmanovich, que é formada em publicidade pela FAAP, trabalhou com muitas coisas diferentes. Ela vem de uma família de joalheiros. Seu pai, que faleceu quando ela tinha 17 anos, trabalha em casa e ela pôde ter a vivência do ofício bem de perto, desde sempre.
O que moveu Silvia era o desejo de ir a lugares remotos do mundo e resgatar a coisa feita manualmente. Ela sempre ficou atraída por ver mulheres fazendo bordados, artesanatos e coisas manuais. O Brasil é riquíssimo em artesanato e tem grandes talentos.
Grande parte do trabalho da Silvia é aproveitar esses trabalhos dentro da joalheria. O valor da joia para ela não está apenas na mistura de matérias ou em quantas gramas de ouro leva, está no processo todo em que a peça foi criada, o número de pessoas que participou da criação. Um valor para Silvia é saber que a peça passou pela mão de 100 pessoas antes de ficar pronta.
Em 2000, ela fez seu primeiro curso de joalheria. Sua lembrança era do pai, muito alto, com as mãos gigantes fazendo peças tão pequenas. Além disso, nunca saiu da memória dela os potes que o pai tinha na oficina com bolinhas de ouro.
“Quando fui estudar joalheria, quando aprendi sobre a fundição do ouro, voltei aos tempos do meu pai. Me conectei de imediato e percebi que era isso que eu queria fazer da vida.” completa Silvia Furmanovich.
O avô e bisavô de Silvia também eram joalheiros na Itália e faziam peças para o Vaticano. Ao produzir a sua primeira joia, Silvia sentiu a necessidade de criar fechos à altura de sua criação. E assim deu-se início a profissão. Ao desfilar com suas próprias joias chamou a atenção das amigas que logo criaram uma demanda genuína. As pulseiras são repetidas até os dias atuais.
Hoje, a empresa cresceu e continua familiar. Silvia tem três filhos, um diferente do outro, e todos trabalham com ela, o que representa um grande desafio. Cada um em suas funções, mas sempre juntos. Silvia sempre procurou o caminho da inovação na joalheria.
Quando os três filhos eram adolescentes, mesmo com medo, resolveu fazer algo autoral, inovador, com matéria-prima alternativa. A crença na intuição foi uma das coisas mais importantes para o sucesso do seu trabalho. Ela enfrentou muita resistência e enfrenta até hoje em alguns lugares do Brasil.
O ouro e as pedras nas peças da Silvia acabam entrando como um acessório. O mais importante é ver como a peça foi elaborada, como o bambu ou a marchetaria entrou na peça. Isso foi um grande desafio que Silvia enfrentou, o de acreditar que aquilo era um processo artístico que envolve um trabalho artesanal e tempo.
Ela nunca trabalha sozinha. Une seu talento com o talento de artesãos. O interessante é conseguir, apesar de todas as influências externas, não se contaminar, fazendo algo diferente e inovador. Sempre autoral e diferente.
Após 20 anos de trabalho, Silvia se satisfaz ao chegar nas comunidades e dar trabalho para as pessoas talentosas que necessitam e acabam tendo sua arte reconhecida internacionalmente. As pessoas que trabalham para a marca melhoram de vida por conta do trabalho constante. São valorizadas.
“O artesanato brasileiro não é muito valorizado pelos brasileiros. Quando a peça faz sucesso lá fora, começa a fazer aqui e não ao contrário. No exterior as peças de marchetaria enchem a vista dos consumidores que ficam encantados com a diversidade de tons e a alegria brasileira que as joias têm” conta Silvia Furmanovich.
O trabalho da joalheira resgata o tempo das coisas. Um brinco de marchetaria com todos os detalhes ou mini-pinturas com cílios de camelo demora um mês para ficar pronto. Não existe pressa. No Japão não há prazo para terminar uma peça, o fim é a perfeição, quando fica boa.
“A ideia da marca é resgatar a questão do tempo ancestral em que as pessoas fazem algo pela beleza e pela arte. O segredo é ter a paixão pelo o que se faz, porque sempre será feito com prazer. E usar a intuição, que sempre aponta um caminho” destaca Silvia Furmanovich no FBFE Mulher 2021.
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