Fabulosa marca Italiana Ferrari abre capital e inicia com alta na bolsa de valores de Nova York
As ações da Ferrari começaram a ser negociadas no último dia 21 na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE – New York Securities and Exchange). Com nome “Race”, as ações da fabricante de esportivos de luxo eram cotadas a US$ 58,67 (cerca de R$ 226) por volta das 12h (de Brasília), uma alta de 12,8% em relação aos US$ 52 do preço inicial.
As ações colocadas em circulação eram detidas originalmente pela Fiat – Chrysler. Foram 17.175.000 ações ordinárias colocadas à venda, equivalente a 9% do capital social da Ferrari. A expectativa é levantar cerca de US$ 1 bilhão de dólares com a abertura de capital na bolsa de valores. Após a abertura, a FIAT planeja vender o restante de suas ações na montadora. Essa operação de desinvestimento deve ser concluída até o final de 2016.
Atualmente, a composição acionária da Ferrari é a seguinte: cerca de 81% da Ferrari é de titularidade da FIAT; 10% pertencem ao filho de Enzo, Pietro Ferrari; e 9% são circuladas na bolsa de Nova Iorque.
Um dos maiores beneficiários na abertura de capital é justamente Piero Ferrari, que detém 10% do controle da companhia. Esse controle acionário poderá leva-lo ao hall dos bilionários, que segundo a Bloomberg, com o IPO, pode chegar a US$ 1,3 bilhão.
Piero é ex-vice presidente da companhia e esteve envolvido nos negócios da família por três décadas. Ao contrário de muitos de seus parentes que ascenderam na empresa, no entanto, ele manteve-se longe dos holofotes, preferindo trabalhar nos bastidores ou longe de qualquer cargo que o exibisse demais.
História da Ferrari
Enzo Anselmo Ferrari nasceu em Modena em 1898, em uma família cujo pai foi fabricante de peças para ferrovias, se apaixonou por automobilismo quando viu sua primeira corrida no Circuito de Bologna, aos dez anos de idade. Com pouca educação formal mas autodidata em mecânica, trabalhou no conserto de carros até ser convocado para a Primeira Guerra Mundial. Durante o conflito, Enzo perdeu o pai e o irmão em razão de uma grave epidemia de gripe, que quase o vitimou também. Ao voltar para a casa, doente e dispensado do serviço militar, descobriu que sua família tinha ido à falência.
Em 1919, foi aceito como mecânico na pequena CMN (Construzione Meccaniche Internazionali), onde chegou a atuar até como piloto, mas não obteve muito sucesso. A partir do ano seguinte, ele começou a correr pela Alfa Romeo, vencendo a prova da Coppa Acerbo, em Pescara.
A primeira versão da Ferrari nasceu no ano de 1929, inicialmente como uma equipe de corridas de aluguel equipada pela Alfa Romeo, e não como uma montadora. A parceria durou até 1938, quando a Alfa decidiu concentrar todas as filiais em uma só equipe e a Ferrari não aceitou. O rompimento proibia, por razões contratuais, que Enzo disputasse qualquer competição por quatro anos. No entanto, em 1940, ele produziu um carro de competição com o nome de Auto Avio, o modelo Tipo 815 (o primeiro projetado por Enzo), usado para algumas corridas. Mas eram tempos de guerra e tanto Ferrari quanto Alfa foram utilizadas pelo governo fascista de Mussolini para os esforços contra os aliados.
A fábrica e a equipe foram originalmente baseadas em Modena, mas em razão dos bombardeios da II Guerra Mundial, foram transferidas em 1943 para Maranello. Isso não impediu que a fábrica fosse destruída por bombardeios em 1944 e reconstruída em 1946, incluindo um setor para a produção de carros de rua e uma pista para teste de carro.
Uma tragédia familiar veio a mudar completamente o estilo de vida do Enzo Ferrari. Seu filho Alfredino Ferrari morreu em 1956, aos 26 anos, por distrofia muscular progressiva. A morte de “Dino” deixou Enzo muito amargo e recolhido, fazendo com que ele nunca mais pisasse em um autódromo em dias de corrida e passasse a usar óculos escuros diariamente. Nem mesmo a consagração da Ferrari nos autódromos e nas ruas mudou seu comportamento.
Nascido em 1945, Piero é o segundo filho do fundador da Ferrari, Enzo Ferrari. Fruto do relacionamento extraconjungal de Enzo com a secretária Lina Lardi, Piero não carregava o sobrenome Ferrari até a morte da esposa de Enzo, Laura, em 1978.
Em 1987, para comemorar os 40 anos da fábrica, é lançado o mítico modelo F40, último projetado por Enzo, que morre no ano seguinte. No Mundial de F-1, a Ferrari fazia uma péssima temporada, sendo totalmente dominada pela McLaren da dupla Alain Prost/Ayrton Senna, que venceram até então todas as corridas. Sua morte ocorreu antes do GP da Bélgica, mas na corrida seguinte, na Itália, a equipe conseguiu uma dobradinha com Gerhard Berger e Michele Alboreto, levando o autódromo de Monza ao choro e delírio. Como homenagem a Enzo, no mesmo ano, o autódromo italiano de Imola, onde era disputado o Grande Prêmio de San Marino, passou a se chamar Autódromo Enzo i Dino Ferrari.
Enzo fundou a Ferrari para se dedicar ao automobilismo e nem passava pela sua cabeça produzir carros de rua. No entanto, a marca acabou virando um ícone dos carros, simbolizando velocidade, luxo e riqueza.
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