Regina Moraes é empreendedora social que procura contribuir com a transformação social no país, fundadora do Instituto Velho Amigo que promove a melhoria da qualidade de vida de mais de 1300 idosos e também idealizadora e apresentadora do Retrato Social, uma websérie que narra a trajetória de pessoas extraordinárias em prol de causas sociais. Regina é filha de Antônio Ermínio de Moraes, do Grupo Votorantim.
Regina Moraes, em uma palestra cheia de emoção, encantou a todos ao falar sobre as suas escolhas de vida. De cara lançou a pergunta se alguém já havia feito escolhas contra a opinião de todo mundo. E emendou que havia nascido de uma escolha desse tipo. Nona filha, a caçula da família, quase não veio ao mundo porque quando sua mãe estava grávida dela, descobriu um tumor na cabeça e os médicos diziam que ela tinha de interromper a gravidez por causa dos riscos que a mãe e o bebê corriam.
Regina pontua que sua espiritualidade vem de quando ainda estava dentro da barriga da mãe, que foi contra todos os que queriam dar fim aquela gestação de risco. A família foi apresentada à Dona Filinha, uma mulher que tinha o dom da premonição e disse para o casal confiar que tudo daria certo e ainda previu a data do nascimento da menina: 28 de outubro.
Publicitária de formação, Regina se diz uma empreendedora social de coração, movida às paixões, sincronicidades e encontros potentes. Ao longo de sua história encontrou profissionais incríveis que conseguiram transformar o que tinha na cabeça em ações. Toda a fé, de que tudo vai se encaixar, que ela tem hoje, já aos 48 anos, não existia no passado.
Trabalhou na WBrasil, mas gostava muito de produção e com isso fez vários comerciais e eventos. Não foram as poucas noites mal dormidas devido ao excesso de trabalho. O que causava estranhamento ao pai.
Já formada, Regina recebeu um telefonema de uma voluntária que trabalhava em instituições de longa permanência (o antigo asilo). Ela pediu uma doação de cimento e Regina, como acionista do grupo Votorantim, conseguiu, sem burocracia liberar o produto. Quando a obra ficou pronta, ela colocou os pés dentro de uma instituição de longa permanência pela primeira vez.
Regina uniu a prática em eventos para ajudar essa causa. Foi atrás de artistas e vendia os convites. Fazia também o papel de assessora de imprensa. No primeiro ano de evento, não tinha muitos contatos, nada robusto. Mesmo assim, angariou um bom fundo. Ela viu precisava ativar seu networking e passou a frequentar muitos lugares para falar sobre a sua causa, o Instituto Velho Amigo.
Hoje, já são 21 anos à frente do Instituto. O projeto veio à sua cabeça porque viu que nove entre 10 iniciativas sociais eram voltadas para jovens e crianças. E ela, nona filha de uma família, sempre conviveu com pessoas mais velhas e isso a tocava. Se identificava com antigos trabalhadores da fazenda de sua família, e bebia da fonte de ensinamentos sábios e bem vividos. A causa do idoso acabou falando muito naturalmente para ela.
Regina, a certa altura, percebeu que não dava o crédito merecido ao seu trabalho. “Afinal eu só atendi a um pedido da doação de cimento” pensava ela. Mas ao fim e ao cabo, fez uma escolha: era vocação, vontade e trabalho. Uma verdadeira missão. Hoje, ela faz a ponte entre quem pode ajudar, a potenciais doadores e filantropos, com as casas que precisam de ajuda. A causa engloba além dos antigos asilos, os centros de acolhida e centros de apoio sócio-alimentar (casas onde os idosos só passam o dia).
A filantropia certamente foi influenciada pelo pai, Antônio Ermínio de Moraes, que trabalhava arduamente em prol da Cruz Verde da Beneficência Portuguesa. Por meio de eventos, angariava fundos para as instituições, sempre muito profissional e transparente.
Há oito anos, Regina fundou o Retrato Social, uma produtora de conteúdo social,com o propósito de retratar pessoas que estão envolvidas com causas sociais. A ideia é mostrar histórias maravilhosas com uma lente atenta e amorosa, sem colocar o personagem como vítima, e sim como protagonista.
“Não falamos da sombra, falamos de luz. Não falamos da fome, falamos do alimento que nutre. O projeto sai do eu para o nós. Para o coletivo. As coisas não podem estar boas se forem boas só para poucos privilegiados” completa Regina Moraes no FBFE Mulher 2021.
Atualmente, além dos projetos sociais, Regina Moraes leciona palestras contando um pouco de sua jornada. Toda a renda é revertida para o Instituto Velho Amigo.
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