Flávia Camanho subiu ao palco do FBFE Mulher 2025 para provocar, emocionar e ensinar. Especialista em desenvolvimento humano e governança familiar, com passagem por gigantes como Itaúsa e Pão de Açúcar, ela fez um convite potente: reescrever o papel da mulher no mundo corporativo, com estrutura, coragem e escolha.
Ela compartilhou sua trajetória desde o subsolo do RH no Pão de Açúcar, onde iniciou sua carreira como estagiária “criada” por Abílio Diniz, até se tornar uma das vozes mais respeitadas no país. Mas seu foco foi além da experiência: ela mostrou como a governança familiar bem-feita é uma ferramenta poderosa para legitimar espaços femininos dentro das empresas familiares.
Flávia ressaltou que a mulher ainda sente desconforto ao exercer poder, pois historicamente não ocupou esses lugares. Falta referencial, sobra julgamento, até mesmo interno. Ao falar sobre poder, ela lembrou que a sensibilidade, a empatia e a intuição, características antes vistas como “fraquezas”, hoje são as mais procuradas pelas empresas. E, ainda assim, são mais validadas nos homens do que nas mulheres.
“Se ele chora, é sensível. Se eu choro, sou desequilibrada. Nós mesmas ainda não legitimamos o feminino em nós.”
Ela defendeu que governança é mais do que regras, é escudo contra vieses, é acesso, é representatividade. “Se eu tenho o direito de estar naquela cadeira, gostem ou não gostem, eu tenho o direito de falar”, disse.
Flávia trouxe ao FBFE Mulher 2025, histórias reais de sucessão, disputas, micro agressões e subornos emocionais dentro de empresas familiares, mostrando como a governança é essencial para evitar que decisões sejam pautadas por favoritismos, estigmas ou exclusão silenciosa.
“Não basta dizer que acredita na diversidade. É preciso garantir regras que permitam a entrada real de talentos femininos. Só tirar a viseira. O resto acontece”.
Camanho finalizou sua palestra potente com uma das falas mais aplaudidas do evento: “Só escolham pelo que vocês querem ser aplaudidas de pé.”
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