AD Junior, influenciador digital e head de marketing da Trace Brasil, apresentou a multiplataforma voltada para o público afro-brasileiro, cujo objetivo é empoderar as pessoas por meio do audiovisual, além de mudar paradigmas e trazer cada vez mais o lugar de equanimidade.
O Brasil possui a maior população negra fora do continente africano devido, é claro, à maior e mais longeva história de escravização recente da humanidade. Em vez de voltar a este episódio, a Trace Brasil, plataforma de entretenimento voltada ao público afro-brasileiro, propõe uma nova abordagem, sobre o que podemos fazer daqui para frente.
“Temos 132 anos de pós-escravidão e, pela primeira vez, vemos brancos brasileiros querendo participar das discussões sobre racismo. É uma oportunidade”, frisou AD Junior, influenciador digital e head de marketing da Trace Brasil, durante o segundo dia de apresentações do Family Business Innovation 2020, evento promovido pelo Fórum Brasileiro da Família Empresária (FBFE).
Paulo Rogerio Nunes, publicitário e co-fundador da aceleradora de impacto social Vale do Dendê, destacou que o Brasil pode ser diferente se incluir a diversidade na economia.
Em operação desde o final de 2016, a Vale do Dendê de Paulo Rogerio, estimula a formação de polo de inovação e criatividade em Salvador, por meio de aceleração de startups, que são selecionadas levando em conta critérios de inovação, impacto social e diversidade, como o Traz Favela – Delivery sem Preconceito, que apoia empreendedores em bairros periféricos, situados em áreas consideradas de risco.
Paulo Rogerio ressaltou a necessidade de se criar uma força-tarefa com um olhar diferente para a comunidade afro-brasileira, que quer deixar de ser apenas consumidora para se tornar também produtora de riquezas. “O mercado afro-brasileiro foi por muito tempo ignorado por marcas e empresas, mas hoje se configura como opção viável de investimentos, com o diferencial de ter o impacto social no DNA, com alto grau de compartilhamento de recursos”.
Na abertura do segundo dia do Family Business Innovation 2020, Patrícia Villela Marino, presidente do Instituto Humanitas360 e co-fundadora da Civi-co, reforçou a importância de transformar o capital financeiro em capital cívico, capaz de fazer uma verdadeira transformação social no Brasil.
“A elite brasileira, que por algum tempo se tornou comprante, precisa voltar a ser uma elite pensante, promotora das verdadeiras transformações sociais, que passam por questões raciais no País”. Esse é o pensamento de Patrícia Villela Marino, presidente do Instituto Humanitas360 e co-fundadora da Civi-co, que participou do segundo dia de apresentações do evento Family Business Innovation 2020, realizado em formato digital.
A empresária e empreendedora social apresentou a história da Civi-co, uma comunidade de empreendedores cívico-sociais com ideias quase embrionárias, difíceis de serem mantidas se não estivessem num ecossistema que assegure um mínimo de segurança física, intelectual e emocional a esses empreendedores, no sentido de mostrar que as ideias valem a pena de ser exercitadas.
No atual cenário de volatilidade, as mudanças afetam a sociedade como um todo e não somente os negócios ou o ambiente em que se opera. O início de uma nova era sempre exige significativa adaptação para manter a relevância e crescer e afeta também o processo de sucessão nas empresas.
Em geral, quando mencionam o processo sucessório, as pessoas remetem à passagem de bastão, mas a estratégia e a preparação prévia são muito mais importantes do que o aspecto tático deste momento. Fundador da Cambridge Family Enterprise Group e professor do Massachusetts Institute of Technology – MIT.
John Davis definiu o atual momento como uma paisagem nebulosa em que é preciso direcionar todo o foco para o horizonte. “O horizonte é a missão da família, mais do que nunca é preciso focar aonde quer chegar e o que deseja conquistar”, disse em sua palestra no primeiro dia do Family Business Innovation 2020.
A crise provocada pela covid-19 é uma dessas situações em que é preciso não apenas superar as dificuldades, mas se fortalecer em decorrência delas. Estamos diante de uma disrupção cujos efeitos atingiram todos os aspectos da sociedade, todos os níveis de governo e todos os setores de atividade econômica.
Segundo o professor do MIT e especialista em empresas familiares, John Davis, a resiliência é ainda mais crucial numa situação de tamanha disrupção, como a provocada pela pandemia da covid-19. Quando há resiliência, a adversidade geralmente aproxima os membros da família, acende o alerta para identificar as mudanças prioritárias e, principalmente, para tirar proveito das oportunidades que surgem em meio às dificuldades, criando valor e mantendo a sustentabilidade dos negócios.
As transformações econômicas, sociais e de saúde continuarão reverberando pelos próximos anos e os custos decorrentes ainda não foram totalmente mensurados. Alguns negócios se beneficiarão dessa situação, mas muitos enfrentarão dificuldades. Nenhuma atividade será poupada.