Por Grant Thornton Brasil
A sucessão é um processo complexo e demanda muito diálogo entre os membros da família. Segundo dados do Sebrae, 90% dos negócios no Brasil possuem perfil familiar, por apresentarem pessoas com parentesco no quadro de sócios ou funcionários (1). Nesse caso, os desafios ultrapassam as fronteiras entre família e a companhia. O ideal é iniciar o planejamento de sucessão o quanto antes, e não aguardar o envelhecimento dos fundadores.
É evidente que em alguns casos não há tempo para se planejar a sucessão devido ao falecimento repentino do fundador, por exemplo. É aconselhável que os herdeiros sejam preparados e capacitados desde cedo, seja para assumir os negócios (como executivo, acionista, ou conselheiro da empresa de sua família) ou ainda trilhar um caminho profissional fora da companhia.
O Brasil rural está mudando. Centros de excelência na área de arte e cultura têm sido criados país afora pela iniciativa privada, alguns deles especialmente voltados à ressignificação de espaços e profissões de comunidades locais para que se tornem sustentáveis. Seguindo essa tendência, uma usina de processamento de cana de açúcar, desativada há 20 anos em Pernambuco, abriga desde 2015 o Festival Arte na Usina, sempre em novembro. E, no restante do ano, residências artísticas e literárias, oficinas de arte para pessoas de diferentes idades e uma escola de música para crianças e adolescentes. A última novidade do projeto é um jardim botânico, que começou a ser implantado no lugar.
Quem conta a história para o Fórum Brasileiro da Família Empresária-FBFE é o empresário Ricardo Pessoa de Queiroz, bisneto do fundador da Usina Santa Terezinha, no município de Água Preta, em Pernambuco. Ricardo é o idealizador dessa nova função para a usina inativa. “Arte para mim tem uma importância particular”, diz. “Nosso projeto tem uma função ampliada no sentido de ser o caminho de transformação de uma comunidade. É através dessas ferramentas que a gente quer disseminar a arte. Objetivo? Que as pessoas descubram um novo paradigma em suas vidas. Que elas, que por décadas trabalharam na usina sucroalcooleira, passem a ter novas perspectivas. Que os jovens comecem a se desconectar do passado e passem a se conectar com uma nova e boa realidade”, almeja. O empresário foi o anfitrião do FBFE Recife 2016.
Usina Santa Terezinha, vista de uma das janelas de suas antigas instalações, abre-se agora para as mais diversas manifestações artísticas (Foto: Andrea Rego Barros)